Estresse

Transtornos de estresse pós-traumático aumentam na pandemia

Alto número de casos em quem teve a Covid-19 preocupa especialistas. Entenda a condição que causa sintomas de ansiedade

A plataforma global de informações médicas, Manuais MSD, estima que 4% dos adultos sofrem com o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) no mundo todo. Trata-se de uma condição muito comum para quem sobreviveu a guerras, desastres naturais, tragédias e pandemias.

Após mais de um ano do início dos casos de Covid-19, especialistas temem que o problema se torne mais comum. Um estudo divulgado em agosto pelo Hospital San Raffaele, em Milão, na Itália, apontou que 28% de 402 pacientes monitorados, após se recuperarem da doença, desenvolveram sintomas de estresse pós-trauma.

Uma pesquisa mais recente, desenvolvida no mesmo país, mostrou números parecidos. A Fondazione Policlinico Universitario Agostino Gemelli IRCCS, divulgou na revista Jama Psychiatry em fevereiro, uma prevalência de 32,2% dos sintomas em 381 pessoas analisadas. Isso não indica que quem não teve a doença não lida com o TEPT.

No transtorno de estresse pós-traumático, o incidente fica marcado durante um longo período. O indivíduo com a condição fica revivendo, mesmo que de forma inconsciente, aquele episódio que o marcou. E por isso tenta fugir a todo momento do que o faz relembrar da situação. Com isso, a pessoa pode evitar pessoas, lugares, objetos, etc.

Esse, que é um quadro de ansiedade, acaba causando os seguintes sintomas:

– Falta de ar;
– Suor em excesso;
– Tontura;
– Medo;
– Vontade de não sair de casa;
– Aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia);
– Desconcentração e insônia.

Os sinais podem aparecer em até três meses após o evento. Para ser diagnosticado, o transtorno de estresse pós-traumático precisa permanecer por mais de um mês. A duração dele varia com o caso, em situações mais graves, o quadro costuma persistir por longos períodos. Diagnósticos anteriores de depressão e ansiedade são comorbidades.

Com o tratamento, a condição pode desaparecer completamente ou ficar menos intensa. Ele é feito em consultas com psicólogos e psiquiatras, que indicam medicamentos para lidar com a ansiedade. Entretanto, algumas pessoas ficam gravemente incapacitadas pelo TEPT.

É importante procurar ajuda após o incidente que pode gerar traumas, principalmente se o afetado for uma criança ou adolescente.

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