Anvisa indica crescimento no consumo do medicamento, que já é popular entre os jovens
Uma rotina de muito trabalho, estresse no trânsito e no transporte público, dias agitados e muita ansiedade, levam as pessoas a dormirem cada vez pior.
Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), a insônia é uma das maiores queixas entre os brasileiros. São 73 milhões de cidadãos que sofrem com dificuldades para ter uma boa noite de sono.
Nesse contexto, a saída para muitos é buscar medicamentos que possam ajudar na qualidade do sono. Porém, há uma problemática surgindo: 35% das pessoas que usam medicamentos para dormir, tem feito esse consumo sem consultar um médico, segundo pesquisa feita pela SleepUp, startup focada no tratamento de insônia.
Uso desenfreado
Atualmente, o Zolpidem ganha destaque neste cenário. Com a indicação correta, acompanhamento médico e uso regrado a curto prazo, o remédio é extremamente seguro e eficaz.
O problema é que a aquisição e uso da medicação, vem crescendo, principalmente sem receita médica.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que as vendas do remédio crescem a cada ano. Em 2020 houve um pico: mais de 23 milhões de caixas vendidas no Brasil.
Nas redes sociais, há diversos relatos que mostram como um remédio desenvolvido para tratar a insônia virou um fenômeno, especialmente entre os mais jovens.
Uma das histórias que repercutiu é de um estudante que consumiu o medicamento de forma incorreta, o que causou alucinações no rapaz que acreditou ser neto da rainha de Gênova, e comprou dois pacotes de viagens de 9 mil reais para se juntar à família.
O Zolpidem não é um medicamento de ação sedativa, e sim um hipnótico direto. Isso significa que, diferente de remédios sedativos que causam a sonolência de forma gradativa, ele age em receptores específicos dos neurônios, fazendo com que o cérebro “apague” de repente, de forma rápida, como se fosse um interruptor.
Riscos à saúde
O maior risco da automedicação é o atraso de diagnósticos importantes, como ansiedade, apneia obstrutiva do sono, distúrbio comportamental do sono e outras questões semelhantes. Nesse sentido, é necessário entender que dormir mal não significa ter insônia automaticamente.
Entre os riscos, estão:
• Dependência;
• Tolerância;
• Surto de alucinações;
• Desenvolvimento de sonambulismo;
• Riscos de problemas à memória, raciocínio e atenção.
Recomendações para tratamento com Zolpidem:
• Consulte um profissional para receber o diagnóstico correto;
• O uso do Zolpidem só pode ser feito com prescrição médica;
• Não se automedique;
• Ao ingerir, é extremamente importante que o paciente repouse, sem realizar qualquer atividade;
• Nunca consuma o remédio com bebidas alcoólicas;
• O medicamento não deve ser consumido como uso recreativo. Essa prática pode levar à morte do próprio paciente e de outras pessoas.
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