Vacina é fundamental para quem vive em áreas de risco. Rio Grande do Sul está em estado de emergência em razão da doença
O Brasil é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um país de risco para a transmissão da febre amarela. Desde 2016, se expandiram as áreas onde a doença pode se manifestar. E mais recentemente, nesta terça-feira, 28/4, o Rio Grande do Sul entrou em situação de emergência em saúde pública após o vírus ser identificado em 23 municípios.
O estado não registrava a presença da febre amarela desde 2009, e isso ligou um alerta no país vizinho, a Argentina, que já vem investigando a incidência em seu território. A transmissão veio de Santa Catarina, que desde janeiro apresenta casos em humanos.
A febre amarela é transmitida pela picada dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes em áreas de matas tropicais. Ou pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, em ambientes urbanos, mas isso não acontece no Brasil desde 1942. Nas florestas, o vírus, do gênero flavivírus, se hospeda nos macacos e contamina outros macacos pelos insetos.
Os óbitos desses animais costuma ser o primeiro sinal de que a doença está circulando pela região. No Brasil, a transmissão é maior entre os meses de dezembro e maio. E em humanos, os sintomas costumam aparecer entre três a seis dias após a picada. As primeiras manifestações são:
– Febre alta e repentina;
– Calafrios;
– Cansaço;
– Dor de cabeça;
– Dor muscular;
– Náuseas e vômitos.
15 a 25% dos casos evoluem para a forma grave da doença, que pode apresentar os seguintes sintomas:
– Febre alta;
– Pele e olhos amarelados (icterícia);
– Sangramentos na boca, nariz, olhos e estômago;
– Insuficiência dos rins e do fígado;
– Dores abdominais;
– Vômitos;
– Urina escura.
Ao identificar os sinais da doença, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima e assim evitar que ela evolua. Não há um medicamento específico para tratar a febre amarela, mas as equipes médicas podem conter esses sintomas já no início. Isso é mais difícil nos casos graves, que podem levar ao óbito entre 7 a 10 dias.
A principal forma de prevenir a febre amarela é pela vacina. O imunizante de dose única é indicado para todos os adultos com menos de 60 anos que residem em áreas de risco. A vacina é disponibilizada em todo o país de forma gratuita o ano todo pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Crianças de nove meses e quem viaja para essas regiões também devem se vacinar. Os bebês precisam de duas doses, logo, um reforço é necessário aos quatro anos.
Outra forma de se prevenir é combatendo os focos do mosquito da dengue. Portanto, o acúmulo de água parada em recipientes destampados, como caixas d’água, latas e pneus não pode acontecer.
A febre amarela é difícil de diagnosticar, principalmente nos estágios iniciais, pois seus sinais são parecidos com os de outras infecções, como a malária e as hepatites virais. Até por isso, a subnotificação é sempre um problema a combater.