Visita virtual dos avós fortalece vínculo familiar em recém-nascidos internados na UTI no HRBA

Realizadas semanalmente por videochamadas, as visitas acabam envolvendo os demais familiares

O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), no município de Santarém, Oeste do Pará, reforça o tratamento de recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI Neonatal), com o aconchego familiar. A equipe multiprofissional convidou avós e avôs para fazerem visitas virtuais aos bebês.

O Projeto “Visita Virtual” é realizado por meio de videochamada. A iniciativa é voltada para bebês com restrição de contato, que não podem receber outras visitas, a não ser dos pais. Os encontros on-line ocorrem semanalmente, para que os avós também possam acompanhar o desenvolvimento das crianças.

O projeto começou durante a pandemia de Covid-19, quando as visitas presenciais ficaram restritas. A modalidade foi mantida pela unidade, para garantir que mais familiares fortaleçam os vínculos com os recém-nascidos, mesmo distantes.

Os benefícios já foram comprovados pelas equipes de Humanização e multiprofissional. “A tecnologia está estreitando os laços familiares. O benefício não é apenas para os adultos e idosos, pois é perceptível como os bebês reagem durante as chamadas”, diz a psicóloga clínica da UTI Neonatal, Susiane Canuto. Segundo ela, os recém-nascidos têm reações diferentes, fato comprovado pelos parâmetros nos monitores que indicam a frequência dos batimentos cardíacos e o esforço feito ao ouvir a voz do familiar.

Bem-estar recíproco – A técnica em Segurança do Trabalho Dayane Medeiros viveu momentos de aflição ao saber que precisaria passar por cesariana de emergência para dar à luz sua primeira filha, Liz. O parto foi realizado com pouco mais de sete meses de gestação. A bebê nasceu pesando aproximadamente um quilo. Pouco mais de um mês internada na unidade, Liz ganhou mais de 660 gramas. Com a evolução do tratamento, foi possível organizar a visita virtual.

Dayane garante que as chamadas de vídeo fazem bem não só à filha, mas também a seus familiares, que estão ansiosos pelo dia da alta médica da menina. “A Liz veio ao mundo para alegrar mais ainda minha família. Quando chega o dia da visita, todos ficam atentos ao celular aguardando a chamada”, conta Dayane, acrescentando que “essa visita especial traz energia para Liz. Quando ela ouve o assovio do avô, por chamada de vídeo, já quer abrir o olhinho. Eu vejo que a minha filha está evoluindo cada vez mais, principalmente por conta dessa ação, que traz afeto para minha filha”.

O avô de Liz, Dercir Ávila Medeiros, 71 anos, se emocionou ao ver a neta pela primeira vez pela tela do celular. “A felicidade foi grande demais! Foi muito choro. É difícil estar longe, não poder tocar. Tenho fé em Deus que logo ela vem para casa”, disse Dercir. A visita, que originalmente é destinada aos avós, na casa de Daiane reúne outros membros da família.

A enfermeira Marcelya Bernardes, coordenadora da UTI Neonatal do HRBA, garante que a visita virtual é momento de muita alegria para a família e a equipe assistencial. “Poder proporcionar esse momento também faz nos sentirmos humanos. São famílias, como as nossas, e a distância dói. Esse é nosso papel enquanto profissionais: permitir que a passagem desse bebê pela nossa unidade seja confortável”, reitera a profissional.

Apoio para a mãe – A visita virtual também serve de suporte para a mãe, geralmente vivenciando uma situação de estresse e muita vulnerabilidade emocional. “A experiência da maternidade passa por expectativas e fragilidades, com o medo do desconhecido, de saber lidar com esse bebê que acabou de chegar. Esse momento de troca durante a visita faz com que essa mãe se fortaleça e tenha a segurança para exercer a sua função materna, sabendo que tem uma rede de apoio quando este bebê tiver alta”, explica a psicóloga Susiane Canuto.

“Esse projeto visa à humanização aos nossos pacientes e familiares, que têm trazido resultados positivos aos nossos recém-nascidos e satisfação aos avós, estendendo isso aos demais familiares. É muito gratificante poder fazer parte da história dessas famílias, sendo agentes para o aumento do vínculo deles, proporcionando lembranças positivas”, destaca a diretora Assistencial do HRBA, Camila Barral.

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