Gravidez

Gestantes e puérperas serão vacinadas neste mês, entenda a mudança

Não há dados sobre a eficácia da vacina neste grupo, mas o alto número de óbitos pela Covid-19 preocupa especialistas

Desde a semana passada, todas as gestantes e puérperas (mulheres no período pós-parto, entre 45 e 60 dias após o nascimento) não devem só se vacinar, como foram incluídas no grupo prioritário do Programa Nacional de Imunização (PNI). A partir do dia 13 de maio, as imunizações se iniciam em duas fases, conforme o plano do Ministério da Saúde.

A primeira fase será destinada às gestantes e puérperas com comorbidades, independente da idade. E ocorrerá em conjunto com a vacinação dos seguintes grupos: pessoas com síndrome de down; com doença renal crônica que necessitam de diálise; entre 55 e 59 anos com comorbidades; quem está na mesma faixa etária e tem deficiência permanente.

Vale ressaltar que os estados e municípios têm autonomia para definir as datas, conforme as doses disponíveis. A segunda fase prevê vacinar o restante das gestantes e puérperas em conjunto com as demais pessoas com comorbidades e deficientes permanentes. Neste período, a ordem de vacinação fica de acordo com a faixa etária.

As grávidas podem se imunizar em qualquer período da gestação, e não precisam levar o resultado de nenhum teste de gravidez. Quanto aos riscos da vacinação neste grupo, até agora não foi comprovada nenhuma diferença em relação aos demais imunizados.

De acordo com um levantamento da Escola Médica de Harvard, de 30 mil gestantes vacinadas, 1,8 mil tiveram os mesmos efeitos da população em geral, como uma febre baixa que dura de um a dois dias. Além disso, fala-se dos riscos de trombose pela vacina da AstraZeneca/Oxford, mas são eventos extremamente raros.

As maiores incertezas estão na eficácia da vacina para as gestantes e puérperas. Isso acontece porque esse grupo não fez parte do período de testes clínicos dos imunizantes como medida de segurança, logo não há dados. Entretanto, em outras imunizações, como a vacinação contra a gripe, hepatite B e tétano, nunca houve alteração.

Para o PNI, a inclusão das gestantes e puérperas, mesmo sem a eficácia garantida da vacina, diz respeito ao aumento nos casos de óbitos pela Covid-19 entre elas, junto a chegada das novas variantes.

De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19, nos primeiros quatro meses deste ano, a média de óbitos por semana chegou a 25,8. Até o dia 10 de abril, eram 362 mortes. No ano passado, a média de mortes foi de 10,5 e foram registrados 453 óbitos ao todo.

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