Projetos de humanização do HRBA fortalecem laços com pacientes

“Porque largar a sua cidade, como eu larguei Oriximiná, para estar hoje aqui, é preciso ter autoestima. E o pessoal daqui levanta este astral, isso é muito importante. Esta rádio ajuda demais no tratamento, não só no meu, que participo, mas como quem está no leito, ouvindo a programação e as músicas”. A declaração de Antônio Nicolau Paulino, que aos 59 anos realiza sessões de hemodiálise no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), é um termômetro dos projetos de Humanização desenvolvidos na unidade. A Rádio HRBA foi fundada em 2011 e é considerada a primeira rádio do Brasil, dentro de um hospital, a desenvolver uma programação interativa diária voltada para usuários, acompanhantes e colaboradores.

Fazer com que as pessoas se sintam acolhidas é uma tarefa estimulante e desafiadora em um universo heterogêneo como o HRBA. O hospital atende a uma população estimada em 1,1 milhão de residentes em 20 municípios do Oeste do Pará. Muitos pacientes, como Antônio, atravessam cerca de 12 horas de barco para realizar tratamento no hospital. “Acreditamos que durante todos esses anos, conseguimos ajudar de alguma forma a amenizar o estresse da internação hospitalar, arrancar sorrisos e até realizar sonhos com pequenas atitudes ou ações de maiores proporções, porque nossos pacientes são nossa razão de existir”, avalia a presidente do Comitê de Humanização, Karina Cunha.

A unidade desenvolve diversas ações para aliviar os dias de internação e a saudade de casa. São levados para o ambiente hospitalar momentos do cotidiano do paciente, como o “Festa Kid’s”, a visita do avô e a do irmão, a escolarização hospitalar e o fomento à leitura, por meio do projeto “Ensino, Cultura e Saúde”. Neste projeto, pacientes e acompanhantes têm acesso a uma biblioteca com diversificadas obras literárias. São vistas as particularidades de cada usuário, como é o caso dos que têm necessidades especiais de acompanhamento familiar contínuo. Outra iniciativa que busca amenizar o período afastado das atividades rotineiras é o “Pet Terapia”, onde o usuário recebe um animal para que possa ter um convívio. “Nós temos que atender de uma forma diferenciada. O paciente tem prioridade de acordo com a sua patologia inicial, também é atendido de acordo com o seu critério de avaliação, com a sua gravidade relativa à sua patologia. Avaliamos esse paciente de forma holística e o inserimos dentro do nosso plano terapêutico”, detalhou a diretora de Enfermagem, Daniella Mengon.

A atuação da Humanização nesses dez anos de HBRA não está restrita aos corredores do hospital. Moradores da região Oeste do Pará, de comunidades e bairros distantes, tiveram acesso a inúmeros serviços de saúde e pessoas, que nunca receberam atendimento médico antes, puderam ser avaliadas por profissionais especializados. “Eu tive um câncer de pele com dermatofibrosarcoma. Venho sendo acompanhado desde 2011. Fiz cirurgia, fiz o tratamento oncológico e agora estou na fisioterapia. O tratamento é excelente, sempre sendo bem atendido. Nunca faltou nada para mim”, reconhece Wellisson Frank, 33 anos, em tratamento no HRBA.

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