Música

Oncológico Infantil utiliza música para auxiliar tratamento de crianças com câncer

“Ao ver meu filho e outras crianças alegres, me sinto bem melhor”, declara pai de criança que faz tratamento na unidade, que é referência no Norte do país em oncologia pediátrica

Utilizar a música como uma ferramenta que contribui com a qualidade de vida de crianças em tratamento contra o câncer é uma das estratégias desenvolvidas pela área de Humanização do Hospital Oncológico Infantil Oncológico Octávio Lobo, em Belém.

Agora, os pacientes infantis internados no hospital têm a oportunidade de participar de atividades fora do leito, realizadas com o apoio de voluntários. Para os pequenos, conhecer as notas musicais, aprender o funcionamento dos instrumentos e o jeito de tocá-los torna-se um momento de descontração e alegria, ajudando no tratamento oncológico.

As ações musicais acontecem uma vez por semana e contam com a participação de integrantes do programa de Voluntariado do hospital como, por exemplo, as visitas realizadas pelo músico saxofonista Geovane Moraes, que toca o instrumento pelos corredores do hospital.

Outro voluntário na unidade é o arte-educador em música, Bruno Pablino da Silva, que há 16 anos realiza atividades com crianças em hospitais infantis na Região Metropolitana de Belém. Trajado com uma fantasia do herói Homem-Aranha, Bruno atua como facilitador das atividades realizadas com os pequenos pacientes no Ateliê Gaia.

“É muito importante se doar pelas causas sociais e humanitárias. Como a minha área é a música, eu dou continuidade a esse trabalho com crianças hospitalizadas. A gente precisa se dispor a ajudar, porque todos nós temos algo a oferecer, não importa qual seja a área que atuamos”, declara o voluntário.

Quem participou da primeira ação do projeto foi Paulo Evangelista da Silva, de 42 anos, natural do Município de Tucuruí, que acompanha o filho, Paulo Kalebe, de 3 anos, internado há 4 meses em tratamento contra leucemia.

“Esse trabalho é especial, pois a música toca a alma. Quando a gente usa um instrumento ou canta, nos sentimos bem, não há lugar para a tristeza. Isso é algo muito bom para as crianças que enfrentam essa doença. A atividade quebra a rotina de internação e a música nos deixa mais animados. Ao ver o meu filho e outras crianças alegres, me sinto bem melhor”, destaca o pai.

A diretora Assistencial do Oncológico Infantil, Lorena Portal, considera a atividade importante, pois garante, em certo grau, a sensibilidade e a humanização, essenciais no tratamento dos pacientes.

“A música pode amenizar a angústia das pessoas. Ao lançar mão das atividades lúdico-pedagógicas como ferramenta para o brincar, a música auxilia fortemente na socialização, assim como proporciona o acolhimento aos pais no cuidado com os filhos, ressignificando o tempo no processo de hospitalização”, comenta.

O Oncológico Infantil é uma unidade que integra a rede pública do Governo do Estado do Pará, sendo administrada pela entidade filantrópica Pró-Saúde. Desde 2016 o hospital desenvolve, por meio do Setor de Humanização, diversas atividades em que a música funciona como estratégia interação social. O trabalho de humanização no hospital é uma atividade permanente nos cuidados assistenciais dos pacientes infantojuvenis.

Entre o time de colaboradores do hospital está Yumy Dias, brinquedista que atua na área de Humanização. Licenciada em Música, ela utiliza seus conhecimentos para interagir com as crianças no leito. “Tenho percebido que a música tem ajudado a melhorar o humor e a memória das crianças, além de tornar o tratamento mais leve. Esse tipo de comunicação não verbal ajuda as crianças a se expressarem e extravasarem”, explica Yumy.

A analista de Humanização, Jassai Ribeiro, aponta que como o tratamento do câncer pode ser prolongado e doloroso, busca-se amenizá-lo com o desenvolvimento de ações que promovem o bem-estar dos pacientes. “É interessante notar que a prática da música contribui para o desenvolvimento psicomotor, emocional, cognitivo e social. É visível como as crianças se sentem melhor com a prática dessa atividade”, ressalta o profissional.

 

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