O papel do acompanhante durante o processo de internação hospitalar

Especialistas ressaltam, ainda, a necessidade do acompanhante cuidar da própria saúde mental durante o período.

Compreender a importância de um acompanhante no processo de internação é fundamental no que se refere à recuperação do paciente hospitalizado. A presença de uma pessoa que possa oferecer um suporte afetivo faz parte da recuperação e traz diversos benefícios. No Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, o atendimento individual ou coletivo de acompanhantes faz parte da rotina diária e integra os protocolos assistenciais da equipe multiprofissional da Unidade.

“Os acompanhantes atuam como protagonistas no apoio ao paciente durante a internação. Eles são acolhidos pela equipe psicológica do Hospital Galileu e recebem o suporte emocional sempre que necessário”, explica a psicóloga clínica, Camila Oliveira. Além disso, certos casos exigem um cuidado maior por parte deste acompanhante com atividades básicas do dia a dia, reiterando a importância desta companhia.

Após sofrer um acidente de moto no município de Primavera, oeste do Pará, Gleyson José foi transferido ao HPEG e passou por uma cirurgia no joelho. Internado desde o dia 01 de agosto, o vendedor conta com o apoio integral de Laryssa Loureiro, sua esposa e mãe de seus 2 filhos. “Em alguns momentos, ele fica desanimado e eu tendo ajudar dando apoio emocional e em algumas atividades como ir ao banheiro e se vestir. Tenho certeza que, com a minha presença, ele se sente mais à vontade”, ressalta Laryssa, que fica ao lado do marido durante 24 horas por dia.

Como lidar?

Para a psicóloga clínica, Lohana de Paula, é importante criar formas para que a acompanhante lide com a nova rotina. “Orientamos sobre a necessidade da pessoa que está acompanhando tirar um tempo para si. Caminhar pela parte externa do hospital, ouvir uma música e falar com parentes pelo telefone são boas opções de distração e irão melhorar a qualidade do tempo que passa ao lado de seu parente ou amigo”, explica a psicóloga.

Lohana destaca, ainda, a possibilidade da interação entre paciente e acompanhante por meio de atividades lúdicas. “Em algumas situações, incentivamos brincadeiras como dominó e dama. Além de contribuir como uma terapia, aproximará os dois e se transformará em um momento de alegria”.

Dia do acompanhante

Pensando em garantir um momento voltado para o acompanhante, a humanização do HPEG realiza, mensalmente, o “dia do acompanhante”. Com palestras e dinâmicas realizadas por uma equipe composta por enfermeiros, assistente social, terapeuta ocupacional e psicólogos, o momento serve para orientar sobre a relação entre acompanhante e paciente, destacando a sua importância durante o processo de recuperação do usuário.

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