Na Semana de Enfermagem, hospitais da Pró-Saúde evidenciam boas práticas de assistência às gestantes e recém-nascidos na Pandemia

Especialistas apresentaram principais estratégias e abordagens no combate à Covid-19 para um atendimento materno-infantil seguro e humanizado

Para discutir as principais estratégias e abordagens do cuidado materno-infantil durante a pandemia da Covid-19, unidades média e alta complexidades, gerenciadas pela Pró-Saúde, apresentaram, em live nesta quarta-feira 12, todas as mudanças e novos fluxos no atendimento às gestantes e recém-nascidos.

Com o tema “Histórias de Luta e Superação – a vivência da Enfermagem na pandemia da Covid-19 e seu legado assistencial de Norte a Sul do Brasil”, a ação faz parte da Semana de Enfermagem 2021, realizada todos os anos pela Pró-Saúde e que, neste ano, apresenta conteúdos relevantes sobre a atuação dos profissionais de saúde na pandemia.

Para a terceira live da Semana de Enfermagem, o Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB) e Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizados no Pará, e Hospital São Luiz (HSL), no Mato Grosso, compartilharam as últimas atualizações, protocolos de segurança e melhores práticas no atendimento ao binômio mãe/bebê.

Assistência ao binômio mãe/bebê

Segundo Natália Cunha, enfermeira obstetra do HMIB e palestrante da live “Assistência ao binômio mãe/bebê”, estudos comprovam que gestantes estão mais suscetíveis a infecções em geral e risco aumentado de desenvolver o nível grave da doença.

“Mulheres com Covid-19 sintomáticas têm risco de mais de 50% de parto prematuro e a maior taxa de partos cesáreos”, afirmou Natália Cunha, enfermeira obstetra do Materno-Infantil de Barcarena.

Para atuar na redução de riscos à infecções por cesáreas em pacientes sintomáticas, a unidade implantou medidas para reduzir a taxa de infecções e alcançou a média anual de 0,8%, em um ano de pandemia — resultado que veio a partir de um fortalecimento de métodos de segurança, precaução e higienização.

“Em 2020, um total de 42 gestantes e 54 neonatos diagnosticados com o novo coronavírus estiveram conosco. Para cada caso, avaliamos todos os riscos e benefícios para mãe e bebê, com o melhor desfecho para esses usuários”, destacou Natália.

“Com todo esse aprendizado, pudemos compartilhar com outros profissionais de forma digital e ao vivo, nessa live. Apresentamos, ainda, as principais atualizações no atendimento ao parto para prestar um atendimento mais seguro às gestantes com Covid-19”, complementou a profissional.

De acordo com Geovanny Magalhães, esse conhecimento e abordagem com assistência segura às gestantes são pautadas pela Organização Mundial de Saúde. “Um suporte à saúde com medidas de segurança e tratamento clínico adequados ao cenário pandêmico, incluindo um acolhimento humanizado e suporte emocional”, afirmou o profissional.

Segundo a diretora assistencial do HMIB, Joice Vaz, todos novos processos foram possíveis devido a uma preparação em gestão em saúde, atualização constante de conhecimento e técnicas e com mudanças no ambiente hospitalar.

“Esse processo de gestão inclui alterações de fluxos de atendimentos, triagem de pacientes, proteção para mãe, bebê e profissionais na hora do parto, assistência com tratamentos intensivos e capacitação de equipe multiprofissional”, destacou Joice.

Com um atendimento 100% gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o Materno-Infantil de Barcarena já realizou mais de 3 mil partos e cerca de 165 mil atendimentos nos seus dois anos de funcionamento, entre consultas, internações, exames e cirurgias. A unidade é referência em média e alta complexidade para 11 municípios da região do Baixo Tocantins.

Medidas como essas também foram desenvolvidas na maternidade do São Luiz, localizado em Cáceres (MT) e responsável pela maioria dos nascimentos da população local. A unidade apontou todas as complicações na gestação, possíveis riscos para mãe e bebê e principais cuidados e medidas de prevenção e precaução no pré-natal e no parto.

“Devido ao surgimento das novas variantes do coronavírus, o número de casos agravados da doença e internações de gestantes vêm aumentando, mesmo em mulheres saudáveis e sem comorbidades. Por isso os cuidados devem ser redobrados”, ressalta Arlete Oliveira, enfermeira obstétrica do Hospital São Luiz.

Ainda no evento, a unidade destacou os devidos cuidados com os recém-nascidos. A unidade tem suas práticas reconhecidas pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), por meio do selo Amigo da Criança, concedido pela IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança) aos hospitais que realizam o cumprimento dos 10 passos para o sucesso da amamentação.

“Realizar essas lives durante a Semana de Enfermagem é muito importante, pois reunimos informações, referências e vivências de diferentes unidades, além de compartilharmos aprendizados no serviço assistencial do nosso hospital”, acrescentou Arlete.

 

Boas práticas no cuidado ao Recém-Nascido na UTI Neonatal do HRBA

Referência em média e alta complexidade no Oeste do Pará na assistência a recém-nascidos, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém, já atendeu 2.584 bebês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, desde a inauguração do espaço em janeiro de 2008.

Apesar da Covid-19 não acometer crianças com a mesma frequência que atinge adultos, o hospital já atendeu 16 recém-nascidos no Protocolo Covid-19, sendo que somente 4 positivaram para a doença.

Com a chegada da pandemia e para garantir a segurança dos bebês internados e de seus familiares, o HRBA realizou diversas adaptações estruturais e em seus processos.

A unidade possui três leitos de UTI Neonatal específico para casos de coronavírus isolados dos demais leitos, instituiu capacitações quanto a paramentação adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e fortaleceu orientações quanto à prevenção da Covid-19.

Além de reformular processos de admissão de pacientes transferidos de outras unidades de saúde para a UTI, que agora precisam fazer teste para Covid-19, e nos casos que não apresente o exame, fica em isolamento até sair o resultado do teste realizado no hospital.

A supervisora da UTI Neonatal, enfermeira Edinaia Neres, explicou que as novas práticas foram implantadas durante a pandemia, considerando as especificidades e a complexidade do ambiente da UTI Neonatal que potencializa o risco de contaminação.

“São atitudes que foram necessárias para seguir prestando uma assistência de excelência e de qualidade com foco na segurança dos pacientes, seus familiares e colaboradores”, disse Edinaia.

A adoção destas práticas possibilitou resultados de impacto na assistência aos bebês, como: ausência de casos de infecção cruzada relacionado a Covid-19 no setor, fortalecimento dos processos de humanização e redução de infecções.

 

Redução de infecções na UTI Neonatal

Em 3 anos, a UTI Neonatal do HRBA reduziu a incidência de infecções em mais de 65%, caindo de 11,7 casos por 1 mil pacientes em 2017, para 3,6 casos por 1 mil paciente em 2020.

A UTI Neonatal do Regional do Baixo Amazonas está há 7 meses sem registros de uma das principais infecções registradas em UTIs Neonatais brasileiras — a infecção de corrente sanguínea associada à Cateter Venoso Central (CVC). Este resultado demonstra que o HRBA avança em ciclos de melhoria contínua em sua assistência.

O HRBA é reconhecido como um dos dez melhores hospitais públicos do Brasil. É um dos primeiros hospitais públicos do Norte a conquistar a certificação ONA 3 – Acreditado com Excelência, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). A unidade pertence ao governo do Estado do Pará e presta atendimento 100% gratuito via Sistema Único de Saúde (SUS).

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