Metropolitano e Galileu promovem campanha educativa contra acidente de trânsito

A dona de casa, Milena Pinto de Souza, utiliza diariamente ônibus e carro como meios de transporte para transitar em Belém e Ananindeua, municípios da região metropolitana. “Vejo muitas coisas no trânsito. Imprudências de todos os lados. Eu observo motoristas falando no celular a todo momento”, garantiu. Ela e outras mães, ao lado de crianças ligadas ao Centro de Apoio Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSIi), em Ananindeua, participaram de uma ação educativa contra acidentes de trânsito, promovida pelo Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) e o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG). A ação foi denominada ‘Dia D’, oferecendo uma palestra sobre acidentes de trânsito e suas sequelas para a comunidade. A residente multiprofissional de Enfermagem em Urgência e Emergência no Trauma do Hospital Metropolitano, Thyéli Rodrigues Brelaz, conduziu o bate-papo. “Queremos trabalhar a conscientização. Ainda observamos muitos casos de pessoas alcoolizadas que provocam acidentes de trânsito. Também há imprudência, negligência, como usuários de moto sem capacete. Atendemos constantemente acidentados com esse perfil”, avaliou Thyéli.

A preocupação ganha maior proporção no período do Carnaval, quando o consumo de bebidas alcóolicas se eleva e os condutores de carros, motos e bicicletas, além de ciclistas, precisam redobrar os cuidados. Para evitar que as estatísticas negativas se consolidem, a campanha educativa reforçou os cuidados no trânsito, como o uso do cinto de segurança, a utilização de capacete e equipamentos de segurança pelos ciclistas, além do respeito às leis de trânsito. Os traumas físicos, sociais e psicológicos, decorrentes desse tipo de acidente, foi um assunto que gerou interesse no público. “Aprendi sobre os traumas, os sintomas. Conheço pessoas que se acidentaram, então é algo próximo, por isso, temos que ter cuidado”, disse a dona de casa, Ana Carla Silva.

A campanha tem um caráter de humanização no atendimento extra-hospitalar, visando dialogar com a sociedade. “A ideia surgiu de um processo que o Hospital Metropolitano e o Hospital Galileu desenvolvem, no sentido de expandir os assuntos para a comunidade. É importante fazer um trabalho de orientação para prevenir e diminuir os números de acidentes”, defendeu a coordenadora de Humanização do Hospital Metropolitano, Roberta Cardins.

Referência em atendimento de urgência e emergência no Pará, o Hospital Metropolitano registrou um total de 15.258 pacientes vítimas de acidente de trânsito atendidos nos últimos dois anos. Dos acidentes dessa natureza, segundo apontam dados do Hospital, o mais comum é o que envolve motos, responsável por 44% desse tipo de acidentes no ano passado, seguido por colisão (33%), atropelamento (17%) e acidente de bicicleta (6%).  Na rede estadual, o atendimento do Metropolitano é o de urgência e emergência para esse tipo de acidente. O Hospital Galileu, por sua vez, tem a missão de desafogar a intensa demanda. Cinquenta leitos são destinados a pacientes encaminhados pelo Hospital Metropolitano. A reabilitação inicia-se no Hospital Metropolitano e segue no Hospital Galileu, responsável pela continuidade e tratamento das lesões.

A coordenadora de Humanização do Hospital Galileu, Aline Sampaio, comentou que uma vez acidentado, a readaptação é um processo que exige envolvimento de uma equipe multiprofissional. “A Humanização se encaixa quando fazemos com que o paciente se adapte as novas circunstâncias. É difícil até do próprio paciente aceitar a nova forma de vida. Por meio das rodas de conversa, visita junto as enfermarias, a humanização colabora com a readaptação do paciente a sua nova forma de vida”, explicou.

Já a coordenadora do CAPSI, Elizabeth Moreira, avaliou que a palestra atende a uma proposta de realizar oficinas acerca de assuntos de interesse público. “Nós trabalhamos com as palestras preventivas, buscando orientar, fazer o link com a nossa clientela”. Como o CAPSI atende jovens de até 18 anos, acompanhados dos pais, a multiplicação do assunto tornou-se viável. “A questão dos acidentes de trânsito, em especial, de motos, é uma realidade. Para alertá-los, principalmente, os jovens de como é importante prevenir um acidente que pode deixar sequelas para o resto da vida, promovemos a palestra e saímos satisfeitos com os resultados”.

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