Maternidade exalta aniversário de reconstrução da Ponte da União, que liga Belém a Barcarena

Reestruturação da ponte normalizou logística de materiais e insumos e o transporte de profissionais para o Hospital Materno-Infantil de Barcarena

Perto de completar um ano de reconstrução, em 31 de janeiro, a Ponte da União recuperou a normalidade no Hospital Materno-Infantil de Barcarena.

A via recuperada permitiu que Neidiane Almeida, que vive no médio rio Moju, pudesse chegar com agilidade no hospital para realizar o parto de Ana Laura, considerado de altíssimo risco pelos médicos que a atenderam.

“Às 3h da madrugada, já com dores, eu não iria conseguir uma balsa para atravessar o rio. Se não fosse a ponte, não sei como teria sido”, recorda-se. “Eu tinha apenas cinco meses de gravidez e precisava de um atendimento de alta complexidade que só tem aqui no Materno-Infantil, em Barcarena, então ajudou muito”, contou a mãe.

A reconstrução da ponte, em apenas nove meses, levou alívio importantíssimo para a rotina do hospital.

“Nossa principal dificuldade era lidar com a logística de materiais, insumos e recursos humanos. A queda da ponte aconteceu alguns meses após a inauguração do hospital. Tivemos que nos reinventar”, lembrou Raimunda Luz, analista de Suprimentos.

O Hospital Materno-Infantil de Barcarena é uma unidade do Governo do Estado do Pará. Gerenciado pela Pró-Saúde, é referência em neonatologia e obstetrícia para 11 municípios da região do Baixo Tocantins e região metropolitana.

Raimunda também lembra que, antes da reconstrução da ponte, a travessia para a capital era feita apenas por meio de lanchas que transportava os profissionais. Balsas permitiam o acesso de veículos de passeio e de grande porte e o transporte de insumos e materiais até o porto de Barcarena, para depois seguirem ao hospital.

De acordo com a diretora Administrativa e Financeira do hospital, Karina Cunha, a ligação se tornou um divisor de águas na logística da unidade. “Antes da ponte, grande parte dos recursos para os atendimentos demoravam de 3 a 4 horas aguardando no porto para atravessar em balsas. Com a Ponte da União, o transporte era feito em menos de duas horas”, disse.

À época, o impedimento da ponte impactou no cotidiano de alguns municípios da região do Baixo Tocantins e também de profissionais que vivem em Barcarena e que realizavam diversas atividades na capital.

A construção foi duramente afetada quando 268 metros da via desabaram no Rio Moju, depois que uma balsa atingiu um de seus pilares em abril de 2019.

A estrada permite o acesso de profissionais ao hospital — entre eles médicos — que residem em Belém. Com a queda, parte do complexo de quatro pontes da Alça Viária, na rodovia PA-483, ficou comprometido ao longo de nove meses.

“Sem a ponte, foi muito difícil”, observou a Assistente de Financeiro do HMIB, Hercivan Marinho. “Os postos ficavam cheios. Eu tinha que modificar meus horários, meus estudos na capital, a qualidade de vida, as atividades dentro da do hospital. A queda modificou o funcionamento de tudo em Barcarena e no entorno”, recordou-se.

“Com a retomada da ponte, foi possível desafogar os portos e reduzir o tempo de espera para pegar um barco. Outros municípios voltaram a ter acesso facilitado à saúde no HMIB, diminuindo os custos com transporte”, acrescentou Hercivan.

Com a pandemia do novo coronavírus e as restrições no uso de portos para evitar aglomerações e minimizar riscos de contágios, a ligação viária foi essencial no remanejamento de pacientes e no abastecimento de medicamentos.

“Com o atendimento de pacientes com a Covid-19, quando era necessário, fazíamos a contrarreferência, de pacientes que também apresentam outras doenças, para centros de saúde, e a ponte foi o principal acesso, pois garantia esse deslocamento”, comentou Joice Vaz, diretora Assistencial do HMIB.

Com o acesso pela Alça Viária, gestantes, mães e usuários dos municípios como Marituba, Acará, Abaetetuba, Moju e Iguarapé-Miri passaram a dispor de uma ligação direta com o Materno-Infantil de Barcarena, eliminado as barreiras naturais e facilitando o acesso um atendimento de média e alta complexidade.

O hospital presta atendimento 100% gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em seus dois anos de funcionamento, já realizou mais de 3.000 partos e cerca de 165 mil atendimentos, entre consultas, internações, exames e cirurgias.

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