IEC alcança resultados de excelência em cirurgias hipofisárias

Com menos de quatro anos de funcionamento, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), no Rio de Janeiro (RJ), atingiu uma média de 115 cirurgias de tumores da hipófise, ao ano, enquanto a quantidade necessária para ser classificado como centro de excelência na especialidade é de 50 cirurgias, conforme estipulado pelas organizações internacionais Pituitary Society e European Neuroendocrine Association

O resultado foi apresentado pela coordenadora do Serviço de Neuroendocrinologia e do Laboratório de Genética Molecular da Unidade, a médica Mônica Gadelha, no 15º Congresso Americano de Hipófise, que aconteceu em março, nos Estados Unidos.

Um dos tipos de tumores da hipófise, a acromegalia, que causa o gigantismo na infância e o aumento das extremidades no paciente adulto pelo excesso na produção do hormônio do crescimento, apresenta na Unidade taxa de cura de aproximadamente 50%, semelhante aos grandes centros internacionais. A acromegalia apresenta 100 casos em cada milhão de pessoas.

Já a Doença de Cushing é causada, geralmente, por tumores de cerca de um centímetro que ocasiona o excesso de cortisol, resultando em problemas como obesidade, diabetes, tromboses, infecções e até alterações psíquicas como a depressão. Se não for curado, pode levar à morte em até cinco anos.

“É uma doença que precisa ser diagnosticada rápido, e por causa dos sintomas, que são comuns também em outras enfermidades, muitas vezes demora-se para descobrir. Nossa taxa de cura dos adenomas (tumores) menores de um centímetro é de 100%. A Doença de Cushing não possui tratamento definitivo com drogas, e a cirurgia precisa ser feita num centro de excelência”, afirmou Mônica, que trabalha com alterações da hipófise desde 1993.

Outro ótimo resultado mostrado no congresso foi o laudo desenvolvido em parceria com o Laboratório de Neuropatologia do IEC, com informações tão completas dos marcadores de agressividade tumoral que é capaz de apontar especificamente o tratamento necessário ao paciente. Esse laudo é o único existente no País com tamanha precisão.

“O desenvolvimento deste laudo exigiu o esforço de vários profissionais e o uso de tecnologias e equipamentos de última geração, com meses de muito trabalho. Ao final, temos um resultado muito bem detalhado num período de três a cinco dias. Foi um grande investimento necessário para desenvolvermos algo que, agora, é muito acessível”, afirmou a coordenadora do laboratório, a neuropatologista Leila Chimelli. Participaram também do estudo a patologista Aline Helen da Silva Camacho e a bióloga Débora Silva.

Voltar para o topo da página - Pró-Saúde