Hospital Regional faz alerta sobre acidentes de trânsito na região da Transamazônica

Usuários, acompanhantes e colaboradores do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRTP), em Altamira (PA), participaram, nesta última quinta-feira, 04/02, de uma palestra de conscientização sobre as Patologias Evitáveis – Acidentes.  A ideia foi alertar à sociedade sobre a importância de realizar ações que promovam atitudes seguras para sua própria vida.

A ação de conscientização surgiu a partir da observação do número de leitos ocupados por patologias evitáveis, que no HRPT chegam a 70% dos leitos, sendo o principal motivo: acidentes de trânsito. Observou-se, ainda, que o índice de acidentes de trânsito com vítimas encaminhadas para instituição tem crescido consideravelmente na região da Transamazônica e Xingu. Esse levantamento foi baseado no atendimento regulado, atendimento emergencial, leitos ocupados, cirurgias e atendimentos especializados às vítimas do trânsito.

Para a diretora de enfermagem da unidade, Josieli Pinheiro, o acidente não gera somente a doença física com sequelas, causam ao usuário também outros tipos de transtornos. “Enquanto instituição nos preocupamos em atender os usuários com qualidade e segurança.  Mas entendemos que nosso papel vai além da assistência intra-hospitalar. Por isso, apresentamos os números de vítimas desses acidentes e as consequências físicas, psicológicas e sociais que atingem o acidentado e seus familiares”, declarou a diretora, que explicou, ainda, “queríamos sensibilizar a comunidade, alertando também a consequência provocada por esses casos aos demais usuários que aguardam por atendimento no hospital. Quem sabe, expondo os dados, possamos visualizar uma solução para essa problemática”, argumentou a diretora.

Vítima de acidente de trânsito, M.F.S.C, de 14 anos, conta que estar na cama de um hospital por imprudência dos outros é ainda mais dolorido. “Tive as duas pernas quebradas. Uma delas com fratura exposta depois que um carro avançou a preferencial e bateu na moto onde eu era carona. O motorista fugiu sem prestar auxílio. Hoje, sou eu que estou imobilizada há mais de 20 dias e passando por cirurgias delicadas para me restabelecer, porém, gostaria de dar um recado a todos: sejam conscientes e pensem nas suas vidas, na vida dos outros, antes de dirigir de forma irresponsável”, explicou a menor.

Regulação

Segundo a chefe da clínica cirúrgica, enfermeira Alnilan Pssmoser, ao chegar uma vítima de acidente na urgência do hospital, um usuário regulado que está esperando um leito, continuará na espera, uma vez que outro paciente chegou em estado grave após o acidente de trânsito. “Se as pessoas soubessem como é difícil ficar acamado, sem poder produzir e levar sua rotina de vida normal, jamais deixariam de tomar os cuidados necessários para manter sua saúde. Nossa intenção é poder prestar os serviços a todos: regulados e não regulados, porém, não podemos achar que essa situação é normal. Acidentes de trânsito podem ser evitados, basta tomar as medidas preventivas”, revelou. .

Patologias evitáveis

Esses casos considerados como patologias evitáveis são doenças que poderiam ter sido evitadas por meio de prevenção e, em sua maioria, estão relacionadas aos acidentes de trânsito, entre carros, bicicleta, atropelamentos e principalmente moto – veículo mais exposto e muito utilizado na região. Para a unidade, que é uma referência em traumas no sudoeste do estado do Pará, esses casos cresceram trazendo consigo outro fator preocupante: a ocupação dos leitos do hospital de forma não regulada. Ou seja, cerca de 70% dos leitos da unidade são ocupados por essas patologias ocorridas, muitas vezes, por imprudência e falha humana, deixando de fora usuários que aguardam há muito tempo por um leito na instituição.

Perfil de atendimento

Para cada dez pacientes que entram no Hospital Regional Público da Transamazônica, sete são vítimas de acidentes de trânsito. Das 637 vítimas de trânsito atendidas pelo hospital, em 2015, 41 morreram e mais de 100 ficaram com sequelas permanentes.

Unidade pública e gratuita pertencente ao Governo do Pará, o HRPT é gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde (SESPA).

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