Hospital Regional do Baixo Amazonas desenvolve dispositivo de baixo custo que ajuda a tratar pacientes graves de Covid-19

Equipamento reduz o risco de lesão por pressão no corpo devido a longos períodos de internação

Um dispositivo simples e com baixo custo tem auxiliado positivamente o tratamento de pacientes graves do novo coronavírus (Covid-19), no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.

Feito de couro sintético, de fácil higienização e com facilidade de adequação à anatomia do corpo humano, os coxins – uma espécie de almofada – estão ajudando a proteger os pacientes de lesões por pressão na pele, que ocorrem devido aos longos períodos de internação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Os equipamentos foram confeccionados em uma tapeçaria no próprio município. A alternativa foi adotada pela Pró-Saúde, entidade filantrópica que gerencia o HRBA, em virtude do desabastecimento de vários itens hospitalares no mercado durante a pandemia.

O HRBA, unidade do Governo do Estado do Pará, atende uma população estimada em mais de 1,3 milhão de pessoas, residentes em 30 municípios do oeste do Pará, Baixo Amazonas e Xingu e é referência para casos graves da covid-19.

Reconhecido com um dos dez melhores hospitais públicos do Brasil e primeiro hospital público a obter o certificado máximo de qualidade, a ONA 3, a unidade já utilizava o dispositivo, por meio de ações do Time Cuidador de Pele, para prevenir lesões em pacientes que haviam realizado atendimentos em outras especialidades: neurocirurgia, cirurgia cardíaca e transplante renal, porém a demanda pelo equipamento era baixa.

Economia e qualidade

Com o início da pandemia, a diretoria assistencial do HRBA detectou a necessidade de enviar para os leitos de Covid-19, enfermeiros da Pró-Saúde especialistas em pele, que pudessem auxiliar na prevenção de lesões por pressão. A equipe observou a necessidade, e sugeriu a utilização dos coxins.
Foram confeccionados 40 kits de almofadas, no valor de R$ 8 mil. Os coxins disponíveis no mercado fora de Santarém estavam orçados em R$ 60 mil – o que gerou economia para o hospital.

A unidade fez aquisição de rolo, utilizado como suporte nas costas do paciente durante a mudança de posição; e de coxins no tamanho P, M e G em formato de círculo que são utilizados em áreas de proeminência do corpo que ficam em contato com a cama, como: cabeça, pescoço, cotovelos, joelhos, calcanhar e quadril.

“Com a utilização dos novos equipamentos, reduzimos a incidência de pacientes com lesão por pressão de 16 no mês de maio – período que aumentou o número de internações por coronavírus – para apenas dois no mês de julho, o que apontou a efetividade do dispositivo”, explicou o coordenador do Time Cuidador de Pele da Pró-Saúde, e idealizado do projeto, enfermeiro Rodrigo Pedroso de Lima, que atua no HRBA.

Suporte para recurso terapêutico

Além das almofadas minimizarem o risco de lesão na pele, também estão sendo utilizadas como suporte para fazer a pronação do paciente infectado com o novo coronavírus.

“O ato de virar o paciente de bruços tem sido um recurso terapêutico indicado para pacientes com insuficiência respiratória em estado grave, que ajuda a aumentar a quantidade de oxigênio nos pulmões”, explica o diretor Técnico do HRBA, médico Epifanio Pereira.

Fixadores de tubo que proporcionam qualidade e segurança

O Hospital Regional do Baixo Amazonas já recuperou 172 pessoas com quadro clínico crítico da doença, até esta quarta-feira (19/08). A maioria dos pacientes de coronavírus que são referenciados para atendimento na unidade necessitam de intubação.

Para evitar lesões na face, provocadas pela intubação, e proporcionar maior qualidade no atendimento, o hospital investiu também na aquisição de fixadores de tubo orotraqueal feitos com material macio e ajustável que proporciona mais conforto e segurança durante o período de intubação.

“Isso é resultado da busca contínua da Pró-Saúde pela melhoria do atendimento ao usuário, com resolutividade, segurança e humanização. Com a lesão por pressão, o paciente fica mais tempo hospitalizado, corre risco de infecção, e o que nós buscamos é que ele se recupere o mais rápido possível para voltar para os cuidados e o convívio familiar”, ressalta o diretor Hospitalar do HRBA, Hebert Moreschi.

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