Transplantes

Hospital Regional do Baixo Amazonas apresenta resultados exitosos no XVII Congresso Brasileiro de Transplantes

Médico coordenador do serviço de transplantes do hospital foi um dos palestrantes brasileiros convidados para o evento – o único do Pará

Referência em média e alta complexidades para 1,3 milhão de pessoas residentes em 30 municípios do oeste do Pará, Baixo Amazonas e Xingu, o Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA) teve seu modelo de captação e transplante de rim apresentado durante o XVII Congresso Brasileiro de Transplantes, nesta quinta-feira (21/10).

Com o tema “Qualidade e Segurança na doação e no transplante”, o evento, que acontece entre os dias 21 e 23 de outubro, de forma 100% digital, conta com a participação de cerca de 200 palestrantes nacionais e 50 internacionais, entre eles, o médico responsável técnico pelo serviço de transplantes do HRBA, o nefrologista Emanuel Esposito, único palestrante do Pará no congresso.

O HRBA realizou o primeiro transplante de rim a partir de um doador vivo, em novembro de 2016. Desde então, já alcançou a marca de 62 transplantes, sendo 36 de doador vivo e 26 de doador falecido. A unidade também já realizou a captação de 138 órgãos desde 2012, quando foi habilitada pelo Ministério da Saúde para captação de múltiplos órgãos.

O congresso brasileiro é o único fórum nacional que une as equipes de doação e transplante para que juntos possam discutir os temas relevantes e necessários para impulsionar o programa.

Nesta quinta-feira (21), o médico apresentou o tema: “A captação e o transplante de rim como um modelo para diminuir as desigualdades regionais na assistência, no ensino e na pesquisa”.

Em sua participação, Esposito destacou a evolução contínua da assistência em saúde na região desde que a unidade foi implantada. “O HRBA contribuiu para minimizar as desigualdades regionais. Antes, os atendimentos eram concentrados na capital e agora recebemos pacientes até de outros estados, nos consolidando como referência no Norte do país”.

O médico complementa afirmando que “o serviço de transplante veio para agregar, pois para que ele fosse efetivo, foi preciso investir em itens como laboratório de análises, equipe multiprofissional, setor de diagnóstico por imagem e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ou seja, implantar o transplante de órgãos trouxe, também, outras melhorias que refletem nos avanços de ensino e pesquisa em saúde na nossa região”, conclui.

O começo de um sonho

O Hospital Regional do Baixo Amazonas é uma unidade de saúde pertencente ao Governo do Pará, gerenciada desde 2008 pela entidade filantrópica Pró-Saúde. Em 2010, deu os primeiros passos para fazer captação de órgãos em Santarém, para posteriormente buscar habilitação para realização de transplante.

Diante das dificuldades de inserir na fila do transplante nacional, pacientes renais crônicos que eram atendidos no setor de Hemodiálise do HRBA, a equipe vislumbrou a oportunidade de realizar o procedimento no próprio município.

A partir disso, instituiu a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que começou a trabalhar na busca de doadores e na aptidão do hospital para fazer o diagnóstico de Morte Encefálica (ME). Isso possibilitou que as famílias dos pacientes falecidos com ME fossem entrevistadas e pudessem autorizar a doação dos órgãos.

A primeira captação de múltiplos órgãos no HRBA ocorreu em 2012 e foi realizada por uma equipe de fora do município, com participação dos profissionais da unidade.

Depois disso, o serviço foi aperfeiçoado e a CIHDOTT se tornou Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO). Atualmente, o hospital realiza captação de órgãos e transplante de rins com equipe própria, e se destaca no cenário nacional.

Para o diretor Hospitalar, Hebert Moreschi, ser exemplo de sucesso em um evento nacional reforça todo o empenho das equipes em oferecer uma assistência de qualidade e resolutiva à população. “Estamos conseguindo fazer a diferença na vida das pessoas. Toda a equipe do HRBA mostrou que é capaz e seguimos avançando com intuito de beneficiar mais ainda a população desta região”, explica Moreschi.

O gestor ressalta ainda as vidas que foram transformadas graças à atuação da unidade. “Alcançamos a marca de 60 transplantes realizados, são pessoas que voltaram a ter esperança e qualidade de vida”. E destaca o pioneirismo na retomada dos atendimentos no período de pandemia. “Nos adaptamos para não deixar de atender, sendo o primeiro hospital do Pará a retomar a realização deste tipo de procedimento”, complementa.

O Regional do Baixo Amazonas busca agora, em parceria com a Central Estadual de Transplante (CET) e a Central Nacional de Transplante (CNT), habilitação para a realização de transplante de córnea.

O HRBA é reconhecido como um dos dez melhores hospitais públicos do Brasil, e possui a certificação ONA 3 Acreditado com Excelência, da Organização Nacional de Acreditação, que atesta a excelência da unidade na prestação de uma assistência qualificada e segura aos pacientes.

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