Hospital Municipal de Mogi das Cruzes apresenta protocolo para atendimento de crianças vítimas de violência

Em 2018, o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC) atendeu 157 casos suspeitos de violência contra criança. Deste total, 31 eram suspeitas de abuso sexual. Apenas neste ano, a unidade que é administrada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, registrou até abril, 63 casos suspeitos de violência, nos quais 14 envolviam abuso sexual. Os casos foram identificados por meio de um protocolo implantado pelo hospital. Para discutir e apresentar o trabalho, o HMMC realizou nesta sexta-feira (17) um evento com representantes de unidades de saúde do município.

A reunião marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, lembrado amanhã (18). O protocolo desenvolvido pelo HMMC, para identificar os casos suspeitos de violência contra a criança, foi implantado em junho do ano passado. Antes, a unidade contava com uma instrução de trabalho. “Temos até 2 horas para cumprir o protocolo como um todo. Essa criança é classificada para atendimento imediato, é atendida em uma sala reservada junto com seu responsável”, esclareceu o Diretor Assistencial do hospital, Ricardo Coelho.

Durante todo o atendimento são os profissionais de saúde que vão até a criança. O paciente apenas deixa a sala, caso precise de exames laboratoriais ou receba alta. A medida garante que a criança não sofra revitimização. “No caso da vítima de violência sexual, o objetivo é que o protocolo tenha início desde Pronto Atendimento até o final da linha de cuidado pediátrico e que todos os profissionais saibam o que fazer para acolher a criança e retirá-la de uma situação constrangedora”, ressaltou o diretor. O próprio hospital orienta os responsáveis a realizar o Boletim de Ocorrência e direciona para os serviços de atendimento da rede de saúde.

Para a coordenadora da Saúde da Mulher e Criança da Secretaria Municipal de Saúde, Paula Mateus Santos, o protocolo do HMMC é importante para evitar revitimizar a criança. “É importante para identificar esses casos e tratá-los com urgência e acionar a rede de proteção em menor tempo. O evento serve para que as outras unidades tenham conhecimento da experiência do Hospital Municipal”, destacou.

Além do protocolo que garante a identificação de casos de violência, o HMMC também trabalha para coibir novos casos, especificamente de abuso sexual. O Projeto Bem Me Quero, implantado pela Unidade em 2015, orienta as crianças sobre os toques positivos e negativos, ou seja, as assistentes sociais do hospital explicam de forma lúdica quais as partes do corpo podem ser tocadas. O trabalho preventivo é feito com as crianças a partir de 4 anos que ficam no setor de internação da Unidade. Ao fim da orientação, as crianças recebem a figura de uma mão com o número do Disque 100, exclusivo para a denúncia de violência.

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