Estudos apontam que o Brasil é um dos maiores consumidores de drogas no mundo

Estima-se que 250 milhões de pessoas, cerca de 5% da população mundial, consumiu algum tipo de droga em 2015, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado em 2017 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Ainda sobre os dados, desse total, 29,5 milhões apresentaram transtornos relacionados ao consumo de drogas, incluindo a dependência.

Um outro estudo, feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e divulgado no ano de 2012, o Brasil é o 2º consumidor mundial de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, mesmo considerada uma droga lícita, o álcool também está presente na vida dos brasileiros e possui o mesmo poder destrutivo de outras substâncias. Doenças como cirrose, pancreatite, sem contar os acidentes de trânsito e crimes de violência também são algumas das consequências do consumo abusivo de drogas e bebidas alcoólicas.

No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgou o Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2018, que traz informações sobre o consumo de álcool no mundo. A média de consumo de álcool do brasileiro foi de 7,8 litros, enquanto a média mundial é de 6,4 litros.

As informações de todos esses estudos apontam para necessidade da prevenção e do papel da saúde pública como tratamento de dependentes químicos. Desde 2019, em Mogi das Cruzes (SP), a cidade conta com o CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) com cerca de 700 pacientes cadastrados, mais de 400 consultas médicas mensais, 250 atendimentos sociais e quase 700 consultas psicológicas individuais ou em grupo por mês.

Os agravos referentes ao consumo abusivo de drogas ganharam destaque nas últimas décadas e o reconhecimento de políticas públicas como sendo de responsabilidade da saúde. Os CAPS são uma evolução no Sistema Único de Saúde (SUS). Ao longo do processo histórico houve uma desconstrução dos manicômios como lugar exclusivo para o tratamento de transtornos mentais, dando lugar a uma Rede de Atenção Psicossocial, com atendimento ambulatorial, multidisciplinar e focado na reinserção social.

O Dia Internacional de Combate às Drogas (26/06), reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), serve para ressaltar a importância da articulação entre o cuidado clínico com os programas de reabilitação social, que devem contribuir para promover o protagonismo de cada usuário em sua própria vida.

Por Eduardo Augusto Guidolin, psiquiatra da Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar e diretor Técnico do CAPS-AD de Mogi das Cruzes

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