Setembro Amarelo

Especialista reforça o cuidado com a saúde mental além do Setembro Amarelo

Em Cáceres, Hospital São Luiz faz alerta sobre a importância de reconhecer sinais prejudiciais à vida e a busca por ajuda

Neste mês, o Hospital São Luiz (HSL), em Cáceres (MT), realizou ações voltadas a campanha do Setembro Amarelo, que busca conscientizar a sociedade sobre os principais cuidados com a saúde mental e formas de auxílio psicológico.

Segundo a psicóloga clínica do São Luiz, Joane Ramos Viana de Castro, a pandemia impactou a saúde mental de muitas pessoas e fez surgir ou ampliar problemas que trazem reflexos em diferentes aspectos da vida como relacionamentos, convívio familiar ou na área profissional.

“O medo do contágio, perdas de pessoas estimadas, isolamento, separação de entes queridos ou problemas financeiros podem desencadear sentimentos como impotência, angústia e irritação e, em alguns casos, geram outros problemas mais graves, como a depressão e pensamentos suicidas”, explica.

De acordo com a psicóloga, é necessário buscar ajuda profissional e não esperar que as situações se agravem. “Diversas pesquisas apontam que houve aumento da busca por suporte psicológico durante a pandemia. Essa atenção aos cuidados com a mente contribui para evitar agravos e auxiliam na manutenção da vida socioafetiva e estabilização emocional”, diz.

No HSL, unidade própria da entidade filantrópica Pró-Saúde, foram realizadas palestras organizadas pelo Grupo de Humanização do hospital com foco no reconhecimento de sintomas e locais de apoio e atendimento, como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e o CVV (Centro de Valorização da Vida).

Para Joane, as palestras funcionam como uma importante ferramenta de conscientização e ajudam a compartilhar informações sobre os sinais de transtornos mentais.

“Comportamentos como inquietação, irritabilidade, mudanças de humor, apatia, excesso de sonolência ou insônia, falta de concentração, perda de apetite ou ideias suicidas são alguns dos sinais de atenção que podem indicar a necessidade de ajuda”, destaca.

A especialista alerta, também, que os cuidados devem ser mantidos durante todo o ano e chama a atenção para as condições prejudiciais que podem afetar a mente e até mesmo atrapalhar o pedido de ajuda. “Em qualquer momento ou lugar é necessário manter os cuidados com a saúde mental, não ter medo ou preconceitos em buscar ajuda, o que ainda pode se tornar um empecilho para muitas pessoas”, conclui.

A campanha do Setembro Amarelo surgiu em 2015, criada pelo CVV, Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria, com a cor associada ao mês com o objetivo de trazer maior visibilidade à causa.

No CVV, por meio do número 188 em todo o país, é possível contar com atendimento gratuito e voltado às pessoas que querem e precisam conversar. No site da associação (https://www.cvv.org.br/), estão disponíveis outras formas de contato, como e-mail e chat. O serviço funciona diariamente, 24h por dia e sob total sigilo.

Setembro Amarelo no HSL  

As palestras aos colaboradores do Hospital São Luiz contaram com a participação do CVV, do policial militar Paulo Jatoba, e das psicólogas Ulda Braz e Domingas Patricia de Campos. Durante as atividades, foram prestados esclarecimentos sobre os transtornos mentais e locais de atendimento na região.

“Aproveitamos o mês da campanha Setembro Amarelo para reforçar as ações de prevenção junto aos profissionais. Os cuidados com os pacientes, a tensão de lidar com uma doença tão grave e o medo de contaminação e a distância da família podem agravar o psicológico. O intuito é sempre levar informação e atenção aos profissionais da unidade”, diz Simone Espinosa Lima, coordenadora de Gestão de Pessoas do São Luiz.

Como explica o médico Cleiton Dutra Magalhães, diretor Técnico do HSL, a realização da palestra simboliza os esforços da equipe em promover escuta e sanar dúvidas dos colaboradores, garantindo qualidade no ambiente de trabalho e, consequentemente, atendimento exímio ao paciente que ingressará no hospital.

“Nosso hospital é referência no atendimento para 22 municípios do oeste mato-grossense e para algumas cidades vizinhas da Bolívia. Por essa razão, o principal objetivo é manter o padrão de assistência acima da média, realizando o cuidado com o cuidador por meio do processo de escuta, para que os colaboradores possam colocar isso em prática, também”, conclui.

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