Voluntários

Conheça as histórias de voluntárias que praticaram a empatia e a solidariedade durante a pandemia

Neste sábado (28) é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado. Voluntárias no Hospital Regional do Baixo Amazonas contam as experiências no ambiente hospitalar

Neste sábado, 28 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado. A data foi instituída em 1985 pela Lei n° 7.352, e busca reconhecer e destacar o trabalho das pessoas que doam tempo e talento, de maneira voluntária, para causas de interesse social e para o bem da comunidade.

O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, promove e incentiva a atuação de voluntários junto ao trabalho assistencial da unidade, fortalecendo as ações de humanização ao paciente.

No entanto, desde o início da pandemia, as atividades de voluntariado do HRBA precisaram ser suspensas. Apesar do cenário pandêmico, muitos voluntários em todo o país continuaram se mobilizando a distância para ajudar quem precisava, muitas vezes, com uma simples palavra de incentivo.

Pequenos Clowns e Pedacinhos de amor

A pedadoga Ralieny Pereira, de 52 anos, é um dos mais de seis milhões de brasileiros que realizam algum tipo de trabalho voluntário no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), relativos a 2019.

Ralieny, que é diretora da Cia. de Teatro José Dillon, se cadastrou como voluntária do HRBA em dezembro de 2019, após convite da unidade para as apresentações de Natal.

“Na ocasião eu era paciente do hospital, estava concluindo as sessões de radioterapia, e passei a conhecer a realidade dos pacientes. O hospital soube do nosso projeto Pequenos Clowns, que é um grupo de palhacinhos que leva alegria a qualquer tipo de público, e aceitamos o convite porque o elenco sempre quis realizar ações dentro de um hospital”, explica.

Desde então, a pedagoga fixou uma parceria de ações voluntárias com o Regional do Baixo Amazonas, atuando com as diretrizes do Programa de Voluntariado, da entidade filantrópica Pró-Saúde, gestora da unidade.

Durante a pandemia, Ralieny mobilizou um novo grupo, formado por integrantes do Movimento de Cursilho de Cristandade (MCC), que se intitulou como “Pedacinhos de Amor”. Juntos, enviaram literalmente pedacinhos de amor em forma de cartas escritas à mão aos profissionais que atuam na linha de frente de combate ao coronavírus, citados como “Anjos de Jaleco”.

A equipe distribuiu mais de 2 mil cartas com mensagens positivas, orações, paz e coragem aos profissionais do HRBA. “Ser voluntária é uma necessidade. É o que me faz sentir viva, com mais fé, esperança e muito próxima à Deus e isso me dá saúde. É uma maneira também de manifestar minha gratidão por todo o carinho durante meu tratamento”, lembra.

A voluntária acrescenta que “toda gratidão precisa de uma contrapartida. Precisamos levar o bem a outras pessoas, para que essas pessoas também sejam gratas, e a gente crie uma corrente do bem. O bem da humanidade está no servir”.

Atualmente, Ralieny integra um grupo de 120 mulheres, denominado “Mulheres Vitoriosas” que já passaram por várias fases do tratamento oncológico. Elas levam acolhimento, carinho e força para as pacientes que estão no início do tratamento ou que tem reincidência da doença.

“Salvar vidas não é só evitar a morte física, é trazer alegria e esperança para alguém”, conclui a voluntária.

Por meio do seu Programa de Voluntariado, criado em 2016 pela Pró-Saúde, gestora do HRBA, as ações de voluntários nos hospitais que a entidade filantrópica gerencia seguem diretrizes que garantem a segurança de todas as pessoas envolvidas neste trabalho. Ao longo dos últimos anos, o projeto atraiu mais de 500 voluntários que atuaram em hospitais e creches por todo o País.

O manual pode ser acessado aqui.

Voluntária há 14 anos

A pastora do Ministério Internacional da Restauração, Varlinda Galdino, de 54 anos, atua como voluntária no HRBA há quase 14 anos. Ela está entre os líderes religiosos da Pastoral da Saúde que prestavam assistência espiritual, diretamente nos leitos dos pacientes antes da pandemia.

O hospital, que atende uma população estimada em mais de 1,3 milhão de pessoas, residentes em 30 municípios do oeste do Pará, Baixo Amazonas e Xingu, segue um cronograma de visitas respeitando a religião de cada usuário.

Com as mudanças impostas pela pandemia, a visita religiosa teve de ser suspensa, mas foi adaptada, seguindo todos os protocolos de segurança, para que os voluntários pudessem levar louvor e palavras de esperança e fé, por meio da Rádio Hospitalar do HRBA – um canal de comunicação com o público interno.

“Sinto muita alegria em servir a Deus, por meio do hospital, sendo voluntária. É bom saber que as pessoas podem ser alcançadas pela palavra de Deus. Me sinto honrada de ser instrumento, levar palavras de apoio para quem está esperando por isso, pacientes que se encontram em uma situação delicada, proporciona sentimentos indescritíveis”, compartilhou a pastora.

O Regional do Baixo do Amazonas pertence ao Governo do Pará, sendo gerenciado pela Pró-Saúde por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Desde o início do programa no HRBA, a unidade contou com o trabalho de mais de 200 voluntários.

“Nós estimulamos o voluntariado para que outras pessoas possam abraçar a causa porque em momentos de dificuldade, uma palavra amiga, um aceno, uma visita, uma conversa fazem a diferença. O voluntário oportuniza mais que isso, ele contribui para uma assistência em saúde de qualidade, segura e principalmente humana”, explica o diretor Hospitalar, Hebert Moreschi.

Saiba como ser um voluntário no HRBA

No HRBA, o voluntário pode atuar em diversas áreas, como apoio a brinquedoteca, apoio especializado, animação e palhaços, contador de história, cuidados com beleza e higiene, eventos, interação musical, oficinas e assistência espiritual.

Para ser voluntário no HRBA, é preciso preencher o formulário de pré-inscrição disponível no menu “Voluntariado” no site da unidade aqui.

As ações de voluntários no ambiente hospitalar de unidades gerenciadas pela Pró-Saúde seguem o Manual do Voluntariado, que contém uma série de orientações para a implementação da atividade, reforçando direitos e deveres em acolher e ser acolhido, com base na Lei do Voluntariado de 18/02/1998.

“São ações sem fins lucrativos, motivadas pela satisfação do voluntário em se doar aos usuários do hospital. Por meio do programa, proporcionamos aos pacientes o cuidado centrado na casa, na família, no bem-estar, e no amor ao próximo”, enfatiza a coordenadora do Programa de Voluntariado do HRBA, Patrícia Nogueira.

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