Os materiais foram confeccionados pelos pacientes que exercem atividades nas oficinas terapêuticas
As oficinas terapêuticas são importantes ferramentas utilizadas no tratamento dos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) Mogi das Cruzes. A unidade conta com oficinas de arte, de horta, música e teatro. Além de promover a interação entre os pacientes, elas podem ser um mecanismo de geração de renda, já que as técnicas aprendidas nas aulas podem ser convertidas em produtos artesanais.
Caixas de leite, latas de alumínios, papelão e outros materiais que iriam para o lixo, ganham um novo significado na oficina de artesanato. Para mostrar os itens criados pelos pacientes, a unidade, administrada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, por meio de contrato de gestão com a Prefeitura de Mogi, promove uma exposição na área de recepção do serviço. Voltada para as famílias dos pacientes, os itens ficarão expostos até o final do mês. A ação integra a programação do Setembro Amarelo, mês que marca a conscientização sobre o suicídio.
O diretor técnico da unidade, o médico psiquiatra Eduardo Guidolin, lembra que as oficinas complementam o atendimento ofertado pela unidade. “O tratamento do CAPS AD não consiste apenas em consultas médicas e com psicólogos. As oficinas são terapêuticas e promovem uma integração entre os pacientes. Ao transmitir técnicas, como nos ateliês de artesanato e na horta, isso pode se tornar uma forma de geração de renda, que ajuda na inserção no mercado de trabalho e ressocialização”, afirma.
Uma das oficinas mais recentes do CAPS ad é de música e teatro. “Começamos com a oficina de música, até mesmo para preparar a apresentação do coral dos pacientes que se apresentará no dia 27, como parte da programação do Setembro Amarelo. Eles cantarão músicas que falam da importância da vida, como é “Preciso Saber Viver” e “A Vida Vale a Pena””, acrescenta Guidolin.
A oficineira Valdirene Ferreira reforça que as oficinas são importantes para a integração entre os pacientes. “Às vezes, os pacientes chegam tímidos, mas no ambiente de ateliê acabam descontraindo e criando amizades. Todo esse trabalho desperta a parte neurológica. Neste mês, por exemplo, trouxe trabalhos do pintor Cândido Portinari e fizemos releituras das obras, isso também ajuda a ampliar o repertório cultural. Neste processo do tratamento, o apoio da família é fundamental”, informa.
O CAPS AD de Mogi atende pacientes de ambos os sexos a partir dos 16 anos. O tratamento é ambulatorial e conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos psiquiatras, psicólogas, equipe de enfermagem, assistente social e oficineiros. A Unidade funciona na rua Julio Mobaid, 61, na Vila São Francisco, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.