Academia Sustentável ajuda na recuperação de pacientes em hospital público de Belém (PA)

Aprender a andar é uma sensação que Roniere Gomes, de 40 anos, não imaginou que fosse viver novamente. O operador de Máquinas sempre teve uma vida ativa em Moju (PA), mas viu tudo mudar há um ano e seis meses ao sofrer um acidente de moto que lhe deixou com dois braços e uma perna quebrados. A longa recuperação levou Roniere ao Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA), onde cinco dias atrás, ele deu os primeiros passos, agora com o apoio de uma muleta.

“A sensação de voltar a andar, eu não consigo nem explicar. É igual a uma criança quando começa a andar, só que a criança não sabe direito o que é aquilo, já a gente sente um grande prazer, é como se voltasse à vida novamente”, afirmou sorrindo.

Roniere começou a fazer fisioterapia assim que deu entrada no Hospital Galileu, há dois meses. Ele é um dos pacientes que têm sido beneficiados pela mais nova aquisição do setor de Fisioterapia da unidade: a Academia Sustentável – Ecofit. Uma academia totalmente construída com materiais recicláveis, de dentro do próprio hospital, e que hoje ajudam na reabilitação dos pacientes.

O auxiliar de Manutenção Givaldo Gonçalves, mais conhecido como 'Seu Gil', foi o responsável por transformar o sonho de construir uma academia em algo concreto. “A ideia era criar aparelhos que atendessem o perfil dos nossos usuários, já que a maior parte deles é de trauma. Então, visando isso, fizemos uma seleção de materiais recicláveis, como cadeiras inservíveis, tubos de PVC, plástico e montamos a academia sustentável”, contou.

Materiais que iriam impactar de modo negativo na natureza, foram transformados em aparelhos ao ar livre no padrão das academias convencionais. “Fomos pesquisar, junto com a equipe de Fisioterapia, para fazer todos os aparelhos que eles precisavam e no parâmetro correto”, ressaltou, Seu Gil.

Para o coordenador de Fisioterapia da unidade, Eduardo Eberhadt, a academia traz um novo estímulo aos pacientes, que já faziam fisioterapia no leito do hospital. “Agora, com a academia, a gente tem um espaço próprio, com os aparelhos e a gente consegue trabalhar alguns exercícios diferentes com o paciente, o que facilita o trabalho. Além disso, o espaço acaba sendo mais agradável para eles. Eles ficam lá fora, acabam interagindo com outros pacientes e convivendo em um outro ambiente que não é o quarto”, declarou o coordenador.

Eberhadt conta que estudos já comprovam que um paciente, acamado por sete dias, tem uma perda muscular de 30%. Por isso é importante dar início ao plano fisioterápico o mais rápido possível. “O quanto antes o paciente começar a fazer os exercícios, melhor vai ser a recuperação. A gente acredita que eles conseguem se recuperar mais rápido e sair antes do hospital”, afirmou.

Quase todos os pacientes do Hospital Galileu podem participar da fisioterapia na academia ao ar livre. A exceção fica para os que ainda não podem sair do leito. Ali, eles fazem treinamentos de caminhada, marcha, amplitude de movimento, ganho de força muscular, entre outros.

E quem vê Roniere hoje, depois de dois meses de fisioterapia no Hospital Galileu, e já novamente dando os primeiros passos, nem imagina tudo que ele passou. “Quando cheguei aqui ainda estava em uma cadeira de rodas, no início foi muito difícil para mim. Mas, com a ajuda da fisioterapia eu já estou bem melhor”, disse. Eu gosto de fazer fisioterapia ao ar livre na academia, porque a gente se sente mais à vontade, sente um pouco o calor do sol, sai do leito do quarto, e isso ajuda muito”, ressaltou.

O agricultor Eliel Martins da Cruz, de 34 anos, morador de Tomé-Açu, também acredita que a fisioterapia tem feito diferença na sua recuperação. Ele está internado na unidade há 16 dias, e há 13 faz fisioterapia. “Eu acho que isso ajuda muito no corpo e no organismo da gente. Quem faz a fisioterapia sente que isso ajuda demais”, concluiu.

Sobre o Galileu

O Hospital Público Estadual Galileu é uma unidade 100% SUS, gerida pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

A unidade oferta atendimentos em clínica médica, ortopedia, cardiologia, anestesistas, radiologia, intensivista, infectologista, neurologista, endoscopista e cirurgia torácica. E, ainda, é referência quando o assunto é sustentabilidade, tendo conquistado em 2017, o prêmio “Líderes da Saúde Norte e Nordeste”, na categoria Sustentabilidade, além do selo prata do programa brasileiro GHG Protocol, pela publicação do inventário completo de emissão de gases do efeito estufa.

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