5 lições deixadas pela pandemia da covid-19

Nesta semana completamos três anos desde o fatídico dia 11 de março de 2020, data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente a pandemia da covid-19.

Até agora, já somamos mais de 676 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes pela doença em todo o mundo. No Brasil, segundo dados fornecidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), cerca de 50 pessoas ainda perdem a vida todos os dias para a covid-19.

Mas, quais foram os impactos e os legados dessa crise global nos diferentes setores da nossa sociedade? Sem dúvidas, os relacionamentos pessoais, a forma de trabalho, as rotinas, os meios de produção e de consumo, os cuidados e as prioridades, são alguns aspectos que sofreram impactos significativos e nos trouxeram lições importantes. Confira:

– Importância do SUS

No Brasil, no ápice da crise, foi o Sistema Público de Saúde (SUS) que absorveu a demanda exorbitante por atendimento. Além da criação de hospitais de campanha, leitos extras, compra e distribuição de insumos, o SUS também foi responsável por lançar protocolos de atendimento, realizar a vigilância do vírus, testar, aprovar e iniciar a vacinação, entre outros.

O SUS brasileiro vai muito além da assistência médica e hospitalar,  trata-se de uma estrutura robusta e complexa, que engloba vigilância, promoção e proteção da saúde. Ele está presente no cotidiano, realizando desde a análise da qualidade da água ou alimentos, até a realização de transplante de órgãos.

Durante a pandemia a Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, chegou a ser responsável por mais de 700 leitos de enfermaria e UTI, principalmente públicos, exclusivos para pacientes com a doença, em diversos estados do país. Entre os serviços, destaque para o Hospital de Campanha do Hangar, em Belém, que atendeu mais de 7 mil pessoas e atou como referência no Norte do país.

– Autocuidado e atenção com a saúde

O isolamento social impôs mudanças na rotina e nas relações pessoais, que potencializadas por sentimentos como medo, saudade, perda e impotência, impactaram de forma significativa a saúde física e mental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a pandemia de covid-19 criou uma crise global na saúde mental e estima que houve um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão, só em 2020.

O Covitel, inquérito de vigilância sobre doenças crônicas não transmissíveis, desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), aponta ainda que entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, houve um aumento de 91,8% entre os brasileiros que avaliam negativamente seu estado de saúde, relatando que está ruim ou muito ruim.

A pesquisa aponta ainda queda de 12,5% no consumo de legumes e verduras e redução de 21,4% na prática de atividade física. Por outro lado,  índices que vinham melhorando nos últimos anos, como o tabagismo, tiveram a tendência positiva interrompida, se mantendo estagnados.

Neste contexto, ficou ainda mais clara a importância de cuidados básicos como a alimentação, prática de exercícios, lazer, sono e principalmente saúde mental.

– Consolidação digital

O digital é uma tendência que foi acelerada com a chegada da pandemia. As chamadas de vídeo, por exemplo, passaram a integrar o dia a dia de todos. Para os pacientes em isolamento, elas foram a principal alternativa para driblar a solidão e manter contato com o mundo externo.

As relações de trabalho também foram impactadas, com a ampliação do home office e possibilidade de atuação remota. “Especificamente na área da saúde, a transformação digital desenvolveu-se de forma muito mais rápida. Startups e novas ferramentas que surgiram ganharam muito destaque e foram rapidamente adaptadas, e a telemedicina ganhou mais relevância”, destaca Fernando Paragó, diretor corporativo médico da Pró-Saúde.

Até mesmo o consumo e o entretenimento mudaram. Por muitos meses, as compras online foram a principal alternativa, os cinemas deram lugar ao streaming, os shows para as lives. Mais do que nunca, a internet foi essencial para proporcionar, com adaptações, a manutenção dos hábitos do cotidiano.

– Higiene das mãos

A pandemia do coronavírus abriu os olhos do mundo para o potencial destrutivo de seres tão pequenos como os vírus e bactérias. Lavar as mãos, uma ação básica do cotidiano – e negligenciada por muitos até então – se mostrou uma das principais formas de prevenção.

De acordo com a OMS, a higienização das mãos é considerada um dos pilares da prevenção e do controle de infecções nos serviços de saúde, sendo bastante eficaz no combate a várias doenças, entre elas a covid-19. Após três anos, ela já se tornou um hábito, seja com água e sabão ou álcool em gel.

Outros pontos, como tomar cuidado ao tocar objetos ou compartilhar itens pessoais, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar em público também são atitudes que ganharam mais atenção.

– Senso coletivo e solidariedade

Conforme a pandemia se prolongava, a crise econômica se acentuava, aumentando ainda mais a desigualdade social. Nesse cenário, suprir as necessidades básicas das pessoas mais vulneráveis, como a fome e o frio, se tornaram uma prioridade, dando origem a diversas iniciativas em todos os cantos do país. Artistas mobilizaram doações em lives e instituições organizaram campanhas de arrecadação dos mais diversos itens.

“Na Pró-Saúde, por exemplo, lançamos a campanha Ação do Bem, que buscou arrecadar, em diversas regiões do país, os itens que cada comunidade mais precisava. Com a ajuda dos nossos colaboradores e da sociedade, doamos cestas básicas, roupas, itens de higiene e até mesmo enxovais para bebês”, lembra Regina Victorino, superintendente corporativa de Filantropia da entidade.

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