Hospital de Altamira oferece oficina de culinária à base de alimentos orgânicos

Todos os dias de trabalho, a copeira Iranede Carvalho ajuda na produção e na entrega dos alimentos aos usuários, acompanhantes e colaboradores do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, no sudoeste do Pará. Mas na noite de quarta-feira, 21/2, ela tirou um tempo para aprender novas receitas, a base de produtos orgânicos e produzidos na própria região.

A colaboradora fez parte do grupo de cozinheiros e copeiros que participou de um treinamento promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA) na cozinha do HRPT. Foram produzidos bolos, biscoitos e mingau, tudo a base de farinha de babaçu. E a julgar pela opinião da dona Iranede, o resultado foi excelente. “Eu adorei todos eles. Os ingredientes nos mostram que são alimentos saudáveis e a forma de fazer é prática, não vi nenhuma dificuldade em manipular. Eu acredito que os pacientes também iriam gostar, principalmente as crianças, porque o sabor é muito bom”, aprova a copeira.

A farinha é produzida a partir do mesocarpo do coco do babaçu, que é a parte do fruto que fica entre a casca e a amêndoa. O produto é rico em fibras, sais minerais, amido e pode ser utilizado em várias receitas.

O material utilizado no treinamento é 100% orgânico, sem agrotóxicos, e foi produzido na própria região, em mini-usinas localizadas nas Reservas Extrativistas (Resex) do Rio Xingu, Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio.  Além da farinha, o bolo teve como ingrediente o óleo de castanha, que também é produzido nestas unidades de conservação.

“É uma excelente oportunidade para essas reservas extrativistas, para fomentar a economia local, além de você introduzir ainda mais saúde dentro do hospital e não só para os enfermos, mas também para os colaboradores”, afirma a cozinheira Denise Rodrigues, que ministrou o treinamento.

“Hoje cada Resex dessa possui mais de uma mini-usina de processamento dos produtos florestais não madeireiros. Então, os comunitários têm a capacidade de produzir várias coisas, como a farinha do mesocarpo, o óleo do babaçu, a castanha do Pará, a farinha da castanha, o óleo da castanha, da copaíba e do cacau, etc. Nosso papel é apoiar a produção e esses momentos de interação com o mercado local”, explica a agrônoma Fabíola Silva, que faz parte do Instituto Socioambiental em Altamira.

Cardápio do hospital

O treinamento serviu como um teste e uma apresentação dos insumos a quem é responsável por produzir os alimentos consumidos dentro do Hospital Regional. Com a resposta positiva dos cozinheiros e copeiros, a idéia é que o HRPT inclua, futuramente, as receitas no cardápio da unidade.

Enquanto esse processo de fornecimento do material é desenvolvido, fica a boa experiência de uma noite diferente aos colaboradores do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital Regional de Altamira, que é gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, por meio de contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

“Testamos bolos, biscoitos e o mingau, que é muito servido aqui e ganharia um sabor a mais. Estamos dando andamento no processo de cadastro para o fornecimento desses alimentos, a parte de documentação. Como as receitas foram aprovadas, esperamos o mais breve possível colocarmos em prática o que aprendemos aqui e fornecermos esses alimentos aos nossos pacientes, acompanhantes e colaboradores. E em relação ao treinamento em si, a equipe gostou muito. Geralmente, sempre são eles que fazem a comida diariamente e para os eventos especiais na unidade. Então, eles ficam muito felizes quando alguém vem e cozinha para eles”, destaca a coordenadora de nutrição, Luiza Pedrosa.

Voltar para o topo da página - Pró-Saúde