Hospital de Altamira alerta sobre acidentes com materiais perfurocortantes

Trabalhadora da limpeza de um hospital, Laura Batista, de 25 anos, machucou-se em uma das tarefas. Enquanto juntava um saco de lixo, teve sua perna furada por uma agulha que foi descartada em local inadequado. Para evitar qualquer tipo de infecção, ela passou um mês tomando um coquetel de remédios e mais cinco meses realizando exames periódicos.

 “Eu fiquei muito desesperada. Chorei bastante, fiquei nervosa. Eu estava amamentando minha filha de um ano e tive que parar, não pude mais. Fui conversar com uma psicóloga, não sabia como chegar em casa e contar ao meu marido. Depois o tempo foi passando e eu me conformei com o que tinha acontecido”, conta Batista.

O nome utilizado acima é fictício, para preservar a identidade da personagem. Mas a história é real e, infelizmente, é mais comum do que se pode imaginar. E exatamente para ajudar a prevenir os riscos de acidentes de trabalho como este no ambiente hospitalar, é que acontece, nesta semana, a 10ª edição da Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (SIPAT) do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira-PA, que este ano foca os casos com materiais perfurocortantes como tema principal.

 “O Brasil é o quarto país onde mais se acidentam e morrem pessoas no trabalho, no mundo inteiro. Dos acidentes com perfurocortantes, 25% das pessoas que se furam contraem algum tipo de doença contagiosa, como a Hepatite B, por exemplo. Desses 25%, 5% morrem em decorrência da doença, quando não seguem o procedimento correto”, explica o técnico de segurança do trabalho Eginaldo Maia, um dos palestrantes da X SIPAT.

A unidade reafirma seu compromisso e zelo com a segurança dos colaboradores, ao promover um momento de conscientização aos riscos existentes na rotina de trabalho.  “Desde 2012 que fazemos um trabalho de prevenção e análise de riscos na unidade. E vemos uma queda bastante satisfatória no número de casos, principalmente do ano passado para este, quando registramos uma diminuição de 50% nos acidentes”, complementa Maia.

“A nossa SIPAT chega ao décimo ano e nós a consideramos muito importante porque nesta semana nós fazemos uma conscientização mais efetiva ao nosso colaborador, da importância de ele conhecer e utilizar todas as nossas ferramentas de prevenção a acidentes de trabalho. Além de oferecermos todos os recursos e equipamentos necessários, é importante que o colaborador saiba como usá-los. A gente preza muito e incentiva a participação dos colaboradores na SIPAT, porque sabemos que se ela for bem feita, poderemos evitar muitos acidentes durante o ano”, ressaltou o diretor-geral do HRPT, Edson Primo, acerca do objetivo principal do evento.

Programação

A programação começou na segunda-feira, 31/7, e segue até esta sexta, 4/8. Durante os três turnos – manhã, tarde e noite – colaboradores assistem a palestras sobre vários assuntos voltados à segurança do trabalhador. A unidade conta com o apoio do Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN), do Distrito Quatro Xingu de Alcoólicos Anônimos (AA), além dos colaboradores André Carvalho (fisioterapeuta), Pedro Guilherme (médico do trabalho) e Janete Briana (enfermeira), e do técnico em segurança do trabalho, Eginaldo Maia, que abriu o primeiro dia da SIPAT com a palestra “Acidentes de trabalho e suas conseqüências”.

Além dos acidentes com materiais perfurocortantes, a X SIPAT aborda outros temas como o alcoolismo, trânsito facilitador, dor lombar, AIDS e Infecções Sexualmente Transmissíveis, além de acidentes com materiais biológicos. Ao final de todas as palestras, o ministrante recebe uma carta de agradecimento da unidade pela participação. Os colaboradores também concorrem a brindes durante a programação. O evento é coordenado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) do HRPT.

A Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho do Hospital Regional Público da Transamazônica acorda com a responsabilidade social da Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, gestora da unidade desde a inauguração, por meio de contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que prega o respeito e a valorização ao ser humano e ao meio-ambiente. Desde 2003, a Pró-Saúde vem adotando em seu modelo de gestão valores que visam fortalecer o relacionamento entre o público e a comunidade por meio de um serviço de qualidade e apoio para o desenvolvimento social.

Voltar para o topo da página - Pró-Saúde