Doação de sangue reforça amor à vida e ao próximo

Depois de acompanhar o tratamento do pai, que precisou fazer várias transfusões devido a uma úlcera, o lavrador Edvaldo Gomes, de 43 anos, decidiu se tornar doador de sangue. A primeira coleta dele aconteceu em uma campanha realizada pelo Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, no mês passado. “Vim fazer raio-x no hospital e aproveitei para fazer a doação. Hoje, graças a Deus, meu pai está vivo e sadio. Costumo dizer que ele não tem mais sangue próprio porque precisou de muitas transfusões. Tudo o que está nele é dos outros”, disse o usuário, que é morador do município de Goianésia. 

Quando se tornou um doador, Edvaldo entrou para um grupo ainda pequeno no País. Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue. No Pará, o material é coletado e distribuído pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia (Hemopa). O HRSP é atendido pelo Hemopa Marabá, sendo um dos hospitais que mais demandam a instituição na região, principalmente, em decorrência do número de atendimentos a vítimas de trauma que, em geral, passam por cirurgias. Somente neste ano, até o dia 22/11, a unidade realizou mais de 1.900 transfusões. 

Para reforçar a importância desta corrente solidária, em todo o Brasil, é comemorado em 25/11, o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. A data é uma homenagem às pessoas que se sensibilizam com a causa e, também, momento para conscientizar a sociedade sobre a oportunidade de ajudar a salvar vidas com um simples gesto. 

O processo é rápido, não causa dor e, 24 horas depois, o próprio organismo repõe o volume de sangue coletado, em média, cerca de 450 ml. Segundo a hemoterapeuta e coordenadora da Agência Transfusional do Hospital Regional de Marabá, Socorro Leão, a doação não traz riscos à saúde do voluntário. Ela explica que a segurança é garantida a partir da triagem clínica e sorológica. A primeira é feita antes da coleta, quando são verificados fatores que impedem a doação, como anemia, uso de alguns medicamentos e doenças recentes. Já a segunda etapa consiste na realização de exames, a partir da bolsa coletada, dentre eles, hepatites B e C, sífilis e malária, doenças que podem ser transmitidas pelo sangue. Quando alguma delas é detectada, a bolsa coletada é descartada pelo hemocentro e o doador é convocado para repetir o exame. Se confirmada a doença, ele é encaminhado para o centro de referência a fim de iniciar tratamento.   

A triagem tem o objetivo de impedir que a doação cause mal ao doador ou ao receptor. Mas, as pessoas que não podem doar por algum motivo, podem multiplicar essa ideia, incentivando amigos a se tornarem doadores”, comenta a médica Socorro Leão. 

Para ser um doador é preciso estar bem de saúde e alimentado no dia, ter idade entre 16 e 69 anos, pesar pelo menos 50 quilos e apresentar um documento oficial com foto, como carteira de identidade ou habilitação de motorista. Doadores com menos de 18 anos precisam da autorização dos pais ou dos responsáveis legais. 

Responsabilidade social

Para ajudar a repor o estoque do banco de sangue da região, o Hospital Regional do Sudeste do Pará realiza, anualmente, três campanhas de doação voluntária. A ação é feita em parceria com o Hemopa Marabá e facilitada pelo Grupo Amigos de Sangue, formado por profissionais da unidade, responsáveis por incentivar a doação por usuários e outros colaboradores. 

A supervisora do Serviço Psicossocial do HRSP, Arlene Pessoa, integra o grupo desde 2013. Ela conta que, embora não doasse nas primeiras campanhas, mobilizava muitos amigos e conhecidos para aderirem à ação. Depois de um tempo, a assistente social venceu o medo e passou a fazer a coleta de sangue também. 

“No começo, eu tinha medo de doar porque pensava que ia ficar fraca e que ia doer. Mas fui bastante incentivada por amigos a romper com isso. Agora, sempre que há campanha, a sensação é de dever cumprido. Fiquei triste na última edição porque não pude doar devido uma anemia, mas já estou fazendo os exames para tratar isso até a próxima campanha”, relata a colaboradora. 

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