Hospital Metropolitano utiliza órteses para evitar reinternação do paciente queimado

O tratamento do paciente queimado, evitando reinternações e cirurgias em sequência, foi a temática do trabalho intitulado 'Influência do uso de Órteses no restabelecimento funcional do paciente queimado', conduzido por três colaboradoras do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (PA), as terapeutas ocupacionais Ivana Corpes, Manuella Matos e Sandra Soares.

O artigo foi premiado na categoria e-pôster como um dos melhores do V Fórum de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência, cuja realização foi do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), realizado na Estação das Docas, entre os dias 7 e 8/11. O prêmio às expositoras foi dado pela primeira dama do Estado do Pará, Ana Jatene.

As terapeutas ocupacionais desenvolvem este tipo de trabalho com o objetivo de evitar o mau posicionamento dos membros de pacientes queimados, favorecendo uma recuperação menos problemática. As órteses atuam de forma a corrigir a posição do segmento queimado, tendo como objetivo estabilizá-lo, reduzindo a dor e prevenindo deformidades.

O médico cirurgião plástico do Hospital Metropolitano, Leonardo Cerqueira, avaliou que a utilização das órteses auxilia, de forma significativa, nas lesões provocadas por retração das cicatrizações, principalmente, as de origem postural. De acordo ele, o segmento corporal atingido pela queimadura tende a retrair em função da cicatriz. Quando a retração atinge uma zona articular, impede muitas vezes a não movimentação. A função das órteses é retratada por Cerqueira. “Se você consegue imobilizar esta articulação, para que ela não seja retraída forçosamente, você consegue evitar que o paciente precise de reinternações e  reoperações, para corrigir uma sequela, comum no caso dos grandes queimados. É a prevenção”, disse, seguindo.  “A terapia ocupacional é fundamental para manutenção dos bons resultados dos pacientes. Não adianta você realizar um trabalho profundo no paciente internado, sendo que este paciente volta com retração das cicatrizações”, garante. 

Uma das autoras do trabalho, Sandra Soares, disse que as órteses são utilizadas desde a fase de internação do paciente queimado, até a fase ambulatorial, quando o paciente retorna para a reabilitação funcional. Ela avaliou que a utilização das órteses surgiu a partir da tentativa de evitar sequelas permanentes, que impedem a rotina diária, de uma vítima de queimaduras. “Observamos a necessidade de fazer a intervenção ainda na fase da internação, para impedir com que as sequelas sejam instaladas. Dessa forma, além de evitar o retorno deste usuário ao serviço, muitos conseguem retomar a vida que tinham antes do acidente, pois voltam para o mercado de trabalho meses depois da alta hospitalar”. Já  Ivana Corpes crê que o trabalho tem um aspecto inovador. “Com o uso das órteses, a retração das cicatrizes acaba sendo pouco significativa ou não acontece, e os pacientes acabam tendo pouca ou nenhuma limitação funcional”.

Este tipo de trabalho é desenvolvido há um ano e seis meses no Hospital Metropolitano. Para Manuella Matos, terapeuta ocupacional do ambulatório, que também assiste egressos vítimas de queimaduras, o diferencial das órteses utilizadas no Hospital Metropolitano, é que se utiliza um material que possibilita a remodelagem, adequando-se a necessidade e anatomia do paciente. “Fazemos a órtese de acordo com o posicionamento anatômico correto, considerando todas as lesões, de maneira que não machuque o paciente”, afirmou.

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