Hospital Metropolitano, por meio do projeto ‘Direção Viva’, conscientiza motoristas, pedestres e usuários

Há um ano e dois meses, um acidente de trânsito envolvendo carro e motocicleta tirou a estabilidade da perna direita do condutor da moto, o autônomo Jamil Silva. Dois ossos do local acidentado ficaram prejudicados com o impacto do incidente. “Iria fazer um retorno, mas uma condutora utilizava o carro e falava ao mesmo tempo no telefone. Ela me bateu por trás, caí e quebrei a pena”. Jamil foi operado, realiza fisioterapia e consultas semanais no ambulatório de retorno do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE). Do acidente, ele tem uma certeza:“eu atuava como operador de máquinas, mas não aguentaria operá-la novamente, pois precisaria utilizar muito a perna. E atualmente, não tenho estabilidade na perna, o acidente me tirou isso!”, garante.  

Jamil foi um dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que participou da roda de conversa, uma das estratégias do projeto 'Direção Viva: você consciente, trânsito mais seguro', promovido pelos hospitais públicos do Pará, administrados pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A ideia é conscientizar o maior número possível de pessoas a respeito da necessidade de combater a insegurança no trânsito. Panfletos com dados estatísticos e depoimentos de acidentados foram distribuídos.  “Todos nós deveríamos ter bem mais consciência no trânsito. Eu confesso que era um condutor bem menos consciente. Depois de sofrer acidente, mudei. É preciso ter consciência. Moto não é veículo para utilizar em alta velocidade. Infelizmente, observamos várias situações como essa”, ressalta Jamil.   

Nos últimos três anos, mais de 35 mil vítimas foram atendidas em quatro hospitais públicos do Pará. No Hospital Metropolitano, que atende média e alta complexidades em traumas, são 4.940 atendimentos a vítimas de acidente de trânsito, sendo 2.413 a motociclistas, no período de janeiro a outubro de 2016. O restante são colisões (1.527), atropelamentos (778) e acidentes de bicicleta (222). No ano passado, a unidade, localizada em Ananindeua, registrou 7.499 atendimentos a vítimas de acidente de trânsito, sendo que 3.315 a acidentes de moto.

Em média, um paciente vítima de acidente de moto gera custo de internação na ordem de R$ 7,2 mil no Hospital Metropolitano. Considerando os últimos três anos, a unidade de saúde estima que o impacto foi de aproximadamente R$ 80 milhões aos cofres públicos específicos ao tratamento destinado a vítima de acidentes de moto. “São recursos públicos utilizados em situações evitáveis e que poderiam ser usados em outras atividades que trariam um bem maior para a sociedade”, disse o diretor Geral do Hospital Metropolitano, Rogério Kuntz. 

O projeto Direção Viva, além de rodas de conversa dentro do hospital, também teve um memorial dedicada às vítimas de acidente de trânsito, que foi feito na frente da unidade, localizada na BR-316, nesta quarta-feira, 23/11. A professora Roseli Monteiro foi uma das pedestres que passou próximo ao memorial. “A ação é excelente. As pessoas precisam se informar dos riscos que existem na questão da imprudência no trânsito, que hoje é grande, não só dos motoristas, mas também dos próprios pedestres, motociclistas, que são imprudentes e acabam causando diversos acidentes diariamente. E são acidentes evitáveis”, afirmou.

A dona de casa Sheila Santos, que acompanha um paciente internado no hospital, também considerou o memorial uma maneira de chamar a atenção e combater os riscos no trânsito. “Estou há duas semanas no Hospital Metropolitano e quando saímos pela BR-316, observamos os riscos que são os pedestres correndo no meio da via. Eu mesmo fiz isso, mas me abordaram e fui informada do perigo. Esta é uma ideia muito boa para expandir entre aqueles pessoas que precisam ter essa consciência da segurança no trânsito”.

A coordenadora de Humanização do Hospital Metropolitano, Roberta Cardins, argumentou que o trabalho dos colaboradores é em função da preservação da vida. “É o bem mais precioso de todos nós. Então, é ter o cuidado necessário no trânsito. Nós estamos passando essa mensagem para os usuários e para o público externo”.

Hospital Metropolitano, por meio do projeto ‘Direção Viva’, conscientiza motoristas, pedestres e usuários

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