Especialista explica como é realizado o procedimento. Homens casados precisam do consentimento da companheira
A vasectomia é um tipo de esterilização conhecida por grande parte da população, mas ainda existem muitas dúvidas sobre esse tipo de cirurgia. Segundo o urologista Marcus Oliveira, com atuação pela Pró-Saúde no Hospital 5 de Outubro (PA), a vasectomia é um procedimento cirúrgico simples, eficiente e seguro, realizada com aplicação de anestesia local.
“A cirurgia interrompe a passagem dos espermatozoides, com o corte sendo feito em dois pequenos tubos que saem de cada um dos testículos e por onde passam os espermatozoides que saem na ejaculação”, explica.
Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que o número de vasectomias no Brasil cresceu mais de 40,5%, partindo de 26.311 procedimentos realizados em 2009, para 36.964 quase dez anos depois, em 2018.
Em 2016, em pesquisa sobre o crescimento da vasectomia no SUS, publicada pela Revista Eletrônica Acervo Saúde, os pacientes que optaram pela esterilização cirúrgica relataram diversos aspectos positivos na escolha.
Além da menção sobre a melhora no relacionamento sexual com a companheira, especialmente pela superação do medo de uma gravidez não planejada, também citam menor preocupação com o uso de métodos anticoncepcionais hormonais que potencialmente podiam trazer riscos à saúde feminina.
As principais dúvidas dos homens
O urologista explica que a vasectomia não afeta o desempenho sexual do homem, devido o procedimento interromper somente a passagem dos espermatozoides. “E o líquido seminal produzido pela próstata continua sendo ejaculado”, afirmou.
De acordo com a Lei 9.263, de janeiro de 1996, que dispõe sobre as normas de planejamento familiar no Brasil, procedimentos de esterilização voluntária como a vasectomia e a laqueadura de trompas só podem ser realizados obedecendo os seguintes quesitos:
> Em homens ou mulheres maiores de 25 anos ou com no mínimo dois filhos vivos;
> Para pacientes casados, a cirurgia depende do consentimento expresso do cônjuge, assinado em documento registrado em cartório, que ficará arquivado no prontuário do paciente;
> O paciente deve expressar a sua vontade pela cirurgia em um documento oficial, depois de ser informado dos riscos e efeitos colaterais da operação, além de outros métodos contraceptivos.
O profissional complementa explicando que “a vasectomia é um procedimento tecnicamente reversível, mas o sucesso da cirurgia de reconexão entre os canais varia para cada paciente e do tempo que o procedimento foi realizado”.
Existem riscos na vasectomia?
Em alguns casos, pode causar dor na bolsa escrotal, pequenos hematomas ou mesmo infecção na incisão. Porém, a vasectomia é considerada um procedimento de pequeno porte e tem baixíssimas taxas de complicações, a maioria das complicações são controladas com o repouso, anti-inflamatórios e antibióticos.