Simone Billes

Quando desistir se torna uma questão de saúde mental

“Desistir é para os fracos”, essa frase popular é replicada há gerações, mas chegou a hora de interromper esse ciclo. A atleta de ginástica artística, Simone Billes, expôs essa necessidade ao desistir de participar do solo nas Olimpíadas em Tóquio, afirmando que “não somos apenas atletas. Somos pessoas, afinal de contas, e às vezes é preciso dar um passo para trás”.

A idealização e romantização do atleta que supera qualquer obstáculo é muito reproduzida pela sociedade em períodos como as Olímpiadas. Isso porque entre os anos 1990 e 2000 – época em que Béla Károlyi, treinador acusado de abusos físicos e psicológicos contra atletas americanos, era ovacionado – era multiplicada a ideia de um padrão de excelência representado pela medalha de ouro, enquanto o método de treinamento e a saúde mental dos atletas ficavam de lado sem ser questionados.

Causas dos problemas de saúde mental nos atletas

Entre os diferentes fatores, somado à iniciação precoce dos atletas, pode gerar uma síndrome nociva, que coloca em evidência os pontos negativos do treinamento sem responsabilidade psicológica. Conhecida como Síndrome de Overtraining, é um fenômeno causado pelo excesso de treino que pode resultar na pior performance do atleta, mas isso é só uma das menos graves consequências.

A depressão grave é outro efeito colateral da síndrome, segundo psicólogo de esportes, Ricardo Angelo, em entrevista cedida à Folha de S.Paulo.

Muito mais comum do que se imagina, a pressão que há no esporte e, muitas vezes, a reclusão à saúde mental e aos limites pessoais, já afetaram outros atletas causando doenças como depressão e ansiedade, que atingiram, respectivamente, Diego Hypólito, ex-atleta de ginástica olímpica, e Naomi Osaka, tenista. Além de casos que envolveram pensamentos contra a própria vida, como ocorrido com o nadador profissional Michael Phelps.

Síndrome de Overtraining

Conheça os efeitos físicos e emocionais da Síndrome de Overtraining e também as formas de tratamento.

Quais são os efeitos: redução de treinos; interrupções de atividades físicas e treinos, em casos drásticos; distúrbio alimentar; e depressão.

Formas de tratamento:

– Acompanhamento de um médico, profissional de educação física e nutricionista;
– Dieta baseada no consumo de verduras, frutas, peixes, azeite de oliva, castanhas;
– Acupuntura;
– Musicoterapia;
– Terapia – estimula a resiliência e gera aprendizado sobre possíveis gatilhos para crises;
– Medicamentos antidepressivos – sempre com acompanhamento médico.

Foto: REUTERS/Lindsey Wasson

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