Automedicação

Os perigos do automedicamento

Um estudo feito pela Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM), destacou que o uso dos anti-inflamatórios Ibuprofeno e Cetoprofeno agravaram 337 casos de infecções, que resultaram em hospitalizações, sequelas e, até mesmo, morte. Você ainda se automedicaria se soubesse disso?

A automedicação é a prática de ingerir medicamentos sem orientação médica, prescrição ou acompanhamento do tratamento. Segundo uma pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 77% dos brasileiros se automedicam, sendo que quase metade o faz no mínimo uma vez por mês, e 25% uma vez por semana pelo menos.

Isso acontece porque, segundo especialistas em saúde, há uma série de fatores que levam ao automedicamento: falta de conhecimento e conscientização sobre suas consequências para saúde, maus hábitos culturais, falhas na fiscalização, falta de rigor na aplicação das leis e, principalmente, a facilidade de acesso à compra de medicamentos sem necessidade de receita médica.

A diferença entre o remédio e o veneno está na dose

Realizado em 2017, um estudo do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), mostra que os medicamentos ocupam a primeira posição dos agentes causadores de intoxicações no país, acima, até mesmo, dos agrotóxicos agrícolas. Por isso a importância em ter orientação médica: caso o automedicamento leve à administração inadequada do remédio, os impactos na saúde poderão ser marcados pela ineficácia do tratamento, e, ainda, intoxicação por overdose.

Todo medicamento é passível de efeitos colaterais e reações adversas, e seu uso indiscriminado tem consequências de médio a longo prazo. Conheça:

Reação alérgica: A ingestão de remédios não indicados pode levar a reações alérgicas.

Diagnóstico incorreto: O uso de remédios para aliviar dor no estômago, combater febre e tosse podem mascarar a causa desses sintomas, como úlcera e gastrite, infecções e pneumonia.

Acúmulo de remédios em casa: A tradicional “maletinha de remédios” é responsável pelo acúmulo de medicamentos que, com o tempo, se degradam e geram substâncias tóxicas.

Resistência ao medicamento: O uso exacerbado de remédios sem acompanhamento médico, pode facilitar a resistência dos microrganismos à substância. Dificultando a eficácia de tratamentos futuros.

Interação Medicamentosa: Caso alguém faça uso contínuo de um medicamento, a inserção de outro remédio pode gerar reação, anulando ou potencializando os efeitos de algum deles.

Segundo os especialistas em saúde, José de Andrade e Josélia Frade, a maioria dos brasileiros não vão aos postos de saúde, mas vão às farmácias. Por isso, para além da figura do médico e questões sociais, o trajeto até o fim da automedicação também passará pela transformação do farmacêutico e da farmácia. Sendo reconhecidos como agente e espaço de promoção e prevenção à saúde.

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