Simpósio sobre hanseníase reunirá especialistas de 45 países em Roma

Cidade do Vaticano (RV) – O encontro internacional “Por uma cura holística que respeite a dignidade dos hansenianos” foi apresentado na manhã desta terça-feira (07/06) na Sala de Imprensa da Santa Sé. A iniciativa prepara o Jubileu dos Enfermos, que terá seu ponto alto no domingo, na Praça São Pedro, com a celebração presidida pelo Papa Francisco.

Organizado pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, o Simpósio terá lugar nos dias 9 e 10 deste mês, no Instituto Patrístico Augustinianum, em Roma. Na ocasião serão apresentados três projetos concretos de acesso aos cuidados e à reabilitação nos países pobres.

 

Desafio

O Simpósio internacional sobre o Mal de Hansen – que reunirá 230 especialistas de 45 países – pretende compartilhar experiências e formar uma rede que possa responder a um tríplice desafio: reduzir a enfermidade, assistir os doentes e famílias e reintegrá-los na sociedade.

Brasil e Índia

A hanseníase – não obstante tenha cura – continua a atingir cerca de 200 mil pessoas a cada ano, especialmente nas regiões mais pobres do mundo. Brasil e Índia ocupam o topo da lista dos países com o maior número de doentes.

Reinserção

É necessário trabalhar com a prevenção, a cura, mas também com a reinserção social das pessoas atingidas pela doença, e que acabam tornando-se vítimas de estereótipos causados pela ignorância que provoca um verdadeiro estigma social, defende o Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom, Jean-Marie Mupendawatu:

“Ainda hoje, infelizmente, quem é curado, mas fica marcado fisicamente por este mal, é marginalizado, lhe são negados trabalho, vida social e, no caso dos mais jovens, a escolarização ou qualquer outra possibilidade formativa”.

Neste sentido, será significativo o testemunho de 20 pessoas curadas da doença, que contarão a experiência da exclusão sofrida, muitas vezes também na família. Padre Augusto Chendi, Sub-Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde:

“Os preconceitos para a reinserção daqueles que ficam curados são muito fortes. De fato, os danos aos nervos, sem uma terapia de reabilitação, continuam a produzir incapacidade e deformidades também depois da cura”.

Redução a zero

Yōhei Sasakawa falou do empenho há mais de quarenta anos da Fundação Nippon, por ele presidida, e que contribuiu para difundir gratuitamente nos anos 90 a terapia do Mal de Hansen, favorecendo a cura de cerca de 7 milhões de doentes. O objetivo é reduzir o número a zero.

Constante, neste sentido, a obra da Fundação Raul Follerau, que por meio do médico Roch Christian Johnson, anunciou o início, ao final do simpósio, de um projeto para a diagnose precoce e a gestão do Mal de Hansen, em um distrito do Mali.

Outra iniciativa é da Soberana Ordem Militar de Malta que promoverá para a ocasião um projeto no Camboja. A abordagem é holística – explica o chefe de gabinete Ivo Graziani – ou seja, a 360º . Assim, não somente médico, mas atento à reabilitação socioeconômica do paciente.

Cuidado Pastoral

Crucial será o cuidado pastoral. A união Mal de Hansen – misericórdia estará ao centro do pronunciamento do Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Também está previsto um momento de diálogo inter-religioso com o judaísmo, o islamismo, o hinduísmo e o budismo. (JE/PO)

 

Via: Rádio Vaticano

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