Setembro Dourado: Oncológico Infantil alerta mais de duas mil pessoas sobre câncer infantojuvenil

Aos olhos do pequeno Anderson Candeira, de 3 anos, a mãe Lucélia dos Santos tem habilidades que vão além do domínio das tesouras no salão de beleza. No olhar inocente da criança e em sua imaginação, que acredita ser o um herói parecido com o Homem-Aranha, a mãe não poderia deixar de ser uma heroína. “No mundo dele, nossa família tem o pai, que ele diz ser o Super-Homem, o irmão que também é Homem-Aranha e eu sou a Mulher Maravilha”, conta Lúcelia.

Sem precisar de grandes poderes, Lucélia tem transformado o mundo lúdico de Anderson em realidade, pelo menos nas capacidades de proteção e cuidado. A mãe tem sido a principal acompanhante do filho no tratamento feito contra um câncer no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, unidade do Governo do Pará gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar.

Descoberto há nove meses, o câncer de Anderson, assim como os outros tipos de câncer que atingem crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 19 anos, foi identificado a partir da investigação de sintomas que podem ser confundidos com o de doenças comuns na infância. “Percebi que ele estava vomitando constantemente. Depois ele começou a reclamar de muitas dores no abdômen. Foi aí que procurei um médico para a realização de exames”, ressaltou Lucélia.

Para enfrentar a doença, que no Brasil já representa a primeira causa de morte entre crianças e adolescentes, prestar atenção a qualquer alteração de sinais e sintomas de saúde é fundamental, podendo elevar em até 80% as chances de cura se o diagnóstico for precoce e o tratamento feito em um hospital especializado, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Durante esse mês, os principais centros de assistência à criança com câncer do país, entre eles o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, se unem na campanha ‘Setembro Dourado’, que é organizada pela Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer – CONIACC para alertar a comunidade sobre o câncer infantojuvenil, e ressaltar a importância do diagnóstico precoce para o  tratamento.

Com 253 novos casos registrados até agosto e números crescentes nos últimos três anos, o Oncológico Infantil, que é referência no estado do Pará para o atendimento especializado de crianças e adolescentes com câncer, sensibilizou mais de duas mil pessoas durante o ‘Setembro Dourado’. Ao longo do mês foram realizadas ações na Praça Batista Campos e palestras em escolas públicas, privadas, faculdades, empresas e centros de formação profissional.

Para Alba Muniz, diretora do Oncológico Infantil, os números da campanha refletem na importância do hospital para a comunidade. “As chances de cura são reduzidas quando recebemos essas crianças e adolescentes em estágios avançados da doença. É uma realidade que queremos mudar e por isso, quanto mais as pessoas souberem e entenderem o que é o câncer infantojuvenil, maior é a possibilidade de diagnóstico precoce, início de tratamento e consequentemente de cura”, ressaltou a diretora.

 

Caminhada

Para encerrar a campanha deste ano, o Hospital Oncológico Infantil promove neste sábado (21), a 3ª Caminhada pela Vida. O evento será aberto ao público e contará a participação de profissionais da unidade, crianças em tratamento e voluntários. A concentração será às 7h30, no Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN), com trajeto pela Av. Magalhães Barata até o Hospital.

 

Sobre o Hospital

Referência para o diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil no Pará, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é uma unidade do Governo do Estado, gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar.

Atualmente, cerca de 900 crianças e adolescentes de municípios do Pará e de estados vizinhos, como o Amapá, estão em tratamento na unidade. Em 2019, a unidade já ultrapassou os 200 mil atendimentos, entre eles: 52.269 no serviço multiprofissional (Psicologia, Fonoaudiologia, Serviço Social, Fisioterapia e Terapia Ocupacional), 123.135 exames, 20.153 sessões de quimioterapia, 13.216 consultas, com índice de aprovação atual de 97% dos usuários.

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