Serviço Social do HEGV promove identificação de pacientes e reencontros

Thaís deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), na capital fluminense, sem sobrenome e sem lembranças. As fraturas foram tratadas pelos médicos e enfermeiros. O reencontro com a família, e o alívio emocional, só foram possíveis por meio do trabalho do Serviço Social. Após algumas horas internada, ela lembrou apenas o bairro onde morava. Em uma cidade com mais de seis milhões de habitantes, isso não é suficiente para a identificação de alguém. “Nesse momento, esgotou-se a possibilidade, junto à paciente, para se chegar a alguma referência familiar”, relata o coordenador do setor de Serviço Social do HEGV, Fábio Calleia.

Nesses casos, o trabalho das assistentes sociais começa na análise das fichas de encaminhamento ao hospital, como do Corpo de Bombeiros, por exemplo, e no contato com a rede socioassistencial da região onde o paciente foi encontrado ou de onde diz ser (Clínica da Família, Centro de Referência de Assistência Social, etc.). Descrevendo a pessoa por telefone, tentam conseguir mais alguma informação sobre sua origem. Todas as profissionais da equipe participam da evolução de cada caso, direta ou indiretamente. No setor, há reuniões diárias, para sugestões de encaminhamento de cada paciente. “Tem casos em que todos os membros da equipe intervêm”, observa a assistente social plantonista, Indiara Paes Macedo, que trabalhou diretamente no caso de Thaís.

Sem sucesso nos primeiros contatos, o passo seguinte foi a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). As assistentes sociais enviam foto e dados que contribuam na identificação, como tatuagens, marcas de nascença, cicatrizes, além da descrição física. Mais tarde, receberam notificação da delegacia, de que havia uma família procurando uma pessoa com as mesmas características. Os familiares já tinham ido a hospitais e até ao Instituto Médico Legal. Mas a procura da família no HEGV tinha sido feita apenas antes da entrada da paciente na unidade. O representante da delegacia levou, então, os familiares até o hospital e foi confirmado que Thaís era a procurada. “A paciente que era dada como desaparecida há 10 dias ficou emocionada ao rever a mãe. Havia alguns conflitos entre as duas, mas na hora a emoção falou mais alto”, lembra Indiara Paes Macedo.

No ano de 2015, foram 57 os pacientes que deram entrada no HEGV sem identificação e que tiveram sua identidade revelada pela intervenção do Serviço Social. A Assistente Social rotina, Suzana Lyra, destaca a importância das parcerias com órgãos externos para o sucesso deste trabalho, como delegacias, rede socioassistencial e o Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP), que envia profissionais para registro de impressões digitais, quando necessário.

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