Saúde com Adaptação Cultural para Comunidades Indígenas no Hospital Bom Pastor, em Rondônia

A infraestrutura reforça o respeito e a preservação de mais de 6 mil indígenas da região

Para os povos indígenas, a saúde é direito básico, e o Hospital Bom Pastor em Guajará-Mirim (RO) se destaca como referência de atendimento médico para as comunidades indígenas da região norte do Brasil.

Com parceria estratégica com as Casas de Apoio à Saúde Indígena (CASAIS), o hospital fornece suporte abrangente a pacientes e acompanhantes. “A adaptação do ambiente hospitalar para atender pacientes indígenas não é apenas uma questão de conforto, mas de respeito e reconhecimento da cultura. Essas medidas fazem com que os pacientes se sintam mais à vontade e acolhidos, o que é fundamental para uma recuperação mais rápida e eficaz,” diz Bianca Abiorana, enfermeira do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente.

A unidade atende mais de 50 aldeias e realiza partos de cidades fronteiriças bolivianas, sendo reconhecida pela capacidade de moldar serviços para respeitar e preservar a cultura indígena de mais de 6 mil pessoas de diversas etnias.

Adaptações Implementadas para um atendimento inclusivo aos pacientes indígenas:

 Redário: área externa com redes para descanso de pacientes e acompanhantes, além de adaptações nos quartos para acomodar redes;

 Horta medicinal: cultivo de ervas medicinais como boldo, aroeira e carqueja, disponíveis para preparar chás, proporcionando familiaridade e conforto;

• Internação diferenciada: permite que pacientes indígenas tenham mais de um acompanhante, reconhecendo a importância do apoio familiar;

• Tradução: quatro técnicas de enfermagem que falam línguas indígenas locais ajudam na tradução e garantem que as necessidades dos pacientes sejam atendidas;

• Oca indígena: espaço onde os pacientes podem passar o dia, levando o soro e permanecendo em um ambiente culturalmente familiar;

• Alimentação adaptada: inclusão de alimentos tradicionais das aldeias nas refeições, como farinha de mandioca, tapioca, goiabada, paçoca, peixe e frango;

 Divisão de espaços: separação entre pacientes indígenas e não indígenas para aumentar a adaptação e melhorar a recuperação, com uma enfermaria pediátrica separada para considerar as diferentes brincadeiras e necessidades das crianças indígenas.

As iniciativas demonstram o compromisso do Hospital Bom Pastor com a humanização do atendimento e o respeito às culturas tradicionais. “Ter uma equipe que compreende e respeita as tradições indígenas, além de proporcionar uma estrutura adaptada, cria um ambiente de confiança.

Isso é fundamental para que os pacientes e seus familiares se sintam verdadeiramente cuidados, o que impacta positivamente na qualidade do atendimento e na saúde dos pacientes,” completou Bianca.