Regional do Baixo Amazonas destaca importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

Neste Outubro Rosa, a unidade referência em oncologia no Oeste do Pará, já atendeu mais de 1,8 mil pacientes com este tipo da doença

Aos 27 anos, a dona de casa Adrieli Albuquerque descobriu um câncer de mama no seio esquerdo. Há três meses, ela começou o tratamento da doença no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.

A unidade é referência em oncologia na região Oeste do Estado para 1,4 milhão de pessoas, e integra a campanha mundial Outubro Rosa. A iniciativa alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, e mais recentemente, de colo do útero.

Em meio às sessões de quimioterapia, a paciente ressalta a importância de, mesmo com pouca idade, ter feito o autoexame. “Eu sempre gostei de pesquisar e, quando fui me examinar, achei que tinha algo que não estava normal e procurei ajuda médica. Tenho 27 anos, então para mim, era algo muito diferente”, conta.

Adrieli é um dos 1.869 pacientes com câncer de mama atendidos este ano (entre janeiro e setembro) no HRBA, que pertence ao Governo do Estado do Pará e é gerenciado pela entidade filantrópica Pró-Saúde.

A unidade oferece consultas, quimio e radioterapias, cirurgias oncológicas, entre outros, além de exames de diagnóstico como a mamografia, fundamental para a identificação de tumores nas mamas.

“A mamografia é capaz de detectar lesões de mama que não são sequer clinicamente evidentes. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores os desfechos”, destaca a médica oncologista e hematologista da unidade, Kalysta Borges. Em 2022, o HRBA já realizou um total de 1.783 mamografias.

A profissional destaca ainda que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, mulheres a partir dos 40 anos de idade devem fazer o exame a cada ano ou a cada dois anos. “Já aquelas que apresentam um histórico familiar, a orientação é a partir dos 35 anos”, complementa.

O autoexame e o autocuidado são indicados para mulheres de qualquer idade e podem ajudar muito no diagnóstico precoce do câncer de mama. “A gente sabe que mais de 75% dos casos vão acontecer após os 50 anos, mas temos 25% que podem ser mais precoces, associados a algumas síndromes hereditárias”, explica Kalysta.

O início do ciclo menstrual antes dos 12 anos e a menopausa tardia, após os 55 anos, também são fatores envolvidos. A médica alerta que qualquer manifestação clínica, como caroços na mama, alterações no mamilo, na pele do seio, nódulos no pescoço e nas axilas, também podem indicar câncer de mama.

“É claro que nem todo o caroço é câncer, mas uma vez identificado, é importante procurar um serviço de saúde e fazer a investigação”, orienta a especialista.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que mais de 66 mil novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados até o fim de 2022 no Brasil. A doença é a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres brasileiras – apenas na Região Norte fica atrás do câncer de colo de útero – e representa 24,5% dos casos novos por câncer no público feminino.

“Além de dar uma assistência completa aos pacientes com câncer de mama, nós também temos a missão de estimular uma atenção preventiva. O Outubro Rosa já é uma tradição no nosso hospital. É um período de conscientização. Como uma unidade de referência, não podemos ficar de fora de uma campanha como essa”, afirma Hebert Moreschi, diretor Hospitalar.

Ações no Outubro Rosa

Durante o mês de outubro, o Hospital Regional do Baixo Amazonas vai realizar uma série de ações alusivas à prevenção do câncer de mama. A partir da segunda-feira (10), a área externa da unidade será decorada com um grande laço rosa e a fachada iluminada com as cores da campanha.

Também estão previstas palestras e rodas de conversa a respeito do tema para pacientes, acompanhantes e os próprios colaboradores, em parceria com instituições de ensino superior, além do Grupo Mulheres Vitoriosas.

“Eu sempre achei muito importante esse trabalho do Outubro Rosa. Eu falo muito para as minhas irmãs para elas irem mais ao médico, fazerem mais exames. Às vezes, a gente acha que é exagero, mas não é. Eu estou nessa luta e espero ser exemplo para muitas pessoas”, conclui Adrieli.

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