Prosa no HOIOL possibilita troca de ideias em hospital oncológico no Pará

O primeiro hospital público da Amazônia, especializado no tratamento de câncer infanto-juvenil, inova na maneira de administrar com a aplicação do modelo participativo, no qual, usuários e familiares opinam sobre o que está acontecendo no hospital. Funcionando desde o final de 2015, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL) realiza todas as segundas-feiras, a Prosa no HOIOL, na qual a equipe gestora da instituição e familiares trocam ideias e assim opinam sobre o que é melhor para o bem-estar dos usuários durante sua estada na unidade. Além disso, diariamente a direção do hospital faz visitas diárias às unidades mantendo assim um diálogo contínuo com os familiares.

Prosa no HOIOL foi pensada com base na política de humanização do Sistema Único de Saúde como uma ferramenta de aproximação e informação aos usuários e seus familiares. Para a diretora geral do HOIOL, Alba Lúcia Menezes Sá Muniz, o Prosa no HOIOL é sem dúvida um projeto ousado e que quebra o modelo vigente na maioria das instituições de saúde, no qual as decisões geralmente acontecem de maneira unilateral, sem levar em consideração a opinião de quem de fato recebe o cuidado. “Sabemos que a luta para combater o câncer não é fácil, o que desencadeia em uma série de medos e aflições, pensando nisso, criamos o momento do bate-papo com os usuários, a fim de mostrar a eles que estamos juntos nesta causa e que juntos somos mais fortes e os resultados são melhores”, esclarece.

Feita de maneira simples, a Prosa no HOIOL já acontece desde a entrada dos primeiros pacientes e já apresenta resultados positivos. “Uma vez por semana nós promovemos a construção do relacionamento entre gestores, colaboradores e usuários por meio de um encontro tranquilo e livre de linguagem  técnica, que possibilita que cada um deles saibam das suas responsabilidades em seus diferentes e importantes papéis no processo de cuidar daqueles que estão em tratamento”, explica a coordenadora de Humanização do HOIOL, psicóloga Paula Viana.  

A iniciativa da gestão do hospital já desperta elogios entre os usuários, como é o caso da dona Cleudiane Oliveira, mãe de duas crianças portadoras de câncer e membro do grupo Mães de Guerreiros. “A situação em que vivemos não é fácil, porém o diálogo direto com os gestores do hospital nos traz a segurança de que somos ouvidos, não éramos acostumados a ser tratados assim, mas a mudança está sendo positiva, e isso é muito bom, pois o nosso objetivo aqui é só um, a cura dos nossos filhos, e para que isso aconteça sabemos que precisamos nos unir e o hospital já mostrou que está conosco nesta causa”, relata.

As rodas de conversa acontecem sempre na Brinquedoteca do segundo andar, assim os acompanhantes podem conversar tranquilamente enquanto as crianças se divertem brincando e recebem a atenção das recreacionistas.

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