Paciente tetraplégico se emociona ao ficar em pé com ajuda de maca elétrica

Nove meses depois que sofreu um acidente de carro, no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste paraense, o vigia Lenilson Jesus Araújo, de 34 anos, sentiu, pela primeira vez, a sensação de ficar em pé novamente. Isso foi possível com o uso da maca elétrica ortostática no atendimento de reabilitação do Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, onde o paciente está internado desde o mês passado, sob os cuidados da equipe de Cirurgia Plástica. A unidade é referência em atendimento de trauma de média e alta complexidades na região.

Visivelmente animado com a experiência, o paciente disse acreditar que voltará a andar futuramente. “Desde que sofri o acidente, só movimento a cabeça e o ombro. Pensei que nunca mais teria essa sensação de ficar em pé. Foi a melhor coisa que aconteceu. O próximo passo é andar. Confio em Deus”, contou Lenilson, otimista, enquanto era observado pelo amigo que o acompanha na unidade, Gilson de Lima, e demais pacientes internados na mesma enfermaria, todos alegres com aquele momento.

O equipamento é utilizado em grandes centros neurológicos do País. No HRSP, pacientes acamados, com limitação de movimento e com uso de traqueostomia podem usá-la em sessões de fisioterapia.  Segundo o fisioterapeuta do hospital, Fábio Coelho, dentre as vantagens da prancha, destacam-se a sensação de ficar em pé, psicologicamente a melhora do campo de visão e, na parte física, benefícios à circulação sanguínea, respiração e funcionamento de alguns órgãos, podendo, ainda, diminuir a espasticidade, que é a musculatura enrijecida.

O fisioterapeuta argumenta que, em pacientes com lesão do sistema nervoso central, a maca possibilita o fenômeno denominado neuroplasticidade, uma forma que o neurônio tem de estimular uma célula do sistema nervoso, que esteja inativa, sendo possível a recuperação de funções como fala, olhar e movimento, em alguns casos.

Durante as sessões, a mudança de posição do paciente, a partir da prancha, deve ser feita de maneira gradativa, sempre consultando o usuário sobre o que está sentindo. Por isso a pressão arterial deve ser aferida quando ele está deitado e após ficar em posição de 90 graus. É que, por conta da longa permanência no leito, o paciente pode sentir mal-estar porque não está mais acostumado a ficar em pé. 

Para o diretor Geral da unidade, Valdemir Girato, o uso da maca ortostática representa um grande benefício na assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde na região. “Isso é um enorme avanço para os nossos pacientes, haja vista que o hospital é uma unidade de alta complexidade e atende a vários pacientes de longa permanência, sendo que a maioria deles apresenta dificuldade para se locomover”, afirma o administrador. 

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