Na semana em que é celebrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, confira um teste simples para identificar quando chegou a hora de pedir ajuda

Na semana em que é celebrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, confira um teste simples para identificar quando chegou a hora de pedir ajuda

Fator que contribui para mais de 300 mil mortes por ano nas Américas, segundo a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), o consumo excessivo de bebidas alcoólicas está associado a mais de 200 problemas de saúde, como câncer, tuberculose, doenças hepáticas e cardiovasculares. Para dar visibilidade a esses indicadores e combater o consumo nocivo do álcool, é celebrado em 20 de fevereiro, o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo.

Carlos Alberto, médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, localizada em Santos (SP), explica que por traz da expansão e euforia que essas bebidas podem proporcionar, há um caminho longo que o álcool percorre no organismo.

A unidade, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos, sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, está localizada na região litorânea do estado de São Paulo e atua como referência para urgências em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia.

“Quando absorvido pelo estômago, o álcool circula por outros órgãos por meio da corrente sanguínea, afetando o cérebro e todo o sistema nervoso central, o que causa a diminuição dos reflexos e alterações de humor à curto prazo”, destaca o especialista.

Além da ressaca e outros sintomas relacionados, a frequente ingestão em excesso do álcool irrita as mucosas do estômago, causando alteração nas enzimas do fígado, irritando-o também. Por isso, quem bebe exageradamente está sujeito a desenvolver algumas complicações:

Cirrose: doença crônica no fígado decorrente de lesões e processos inflamatórios persistentes causadas pela bebida;

Gastrite: inflamação nas paredes do estômago causadas pela irritação das mucosas do órgão;

Hepatite alcoólica: é a inflamação do fígado ocasionada pela concentração de substâncias tóxicas da bebida que prejudicam o funcionamento do fígado com o passar do tempo;

Pressão alta e doenças cardíacas: o consumo excessivo do álcool prejudica o controle da pressão arterial, podendo levar à hipertensão, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).

Além disso, o uso excessivo da bebida alcoólica pode trazer desequilíbrio mental e corporal, como impulsividade, agressividade, intoxicação e problemas circulatórios. “O álcool em excesso também pode provocar a baixa do sistema imunológico, deixando a pessoa que for contaminada mais suscetível a diversas doenças, como por exemplo, a Covid-19”, exemplifica o médico.

Outra questão importante é a relação do alcoolismo e algumas doenças psiquiátricas. “Estudos demonstram que pessoas com essas comorbidades apresentam, por exemplo, maiores taxas de suicídio e recaídas. São casos que demandam uma avaliação minuciosa, já que os efeitos do álcool interferem no diagnóstico”, enfatiza Carlos Alberto.

Como identificar o vício

O álcool é usado com frequência para socialização e, por alguns, para lidar com emoções difíceis. De acordo com o Ministério da Saúde, à medida que as taxas de ansiedade, medo e depressão se tornaram mais comuns durante a pandemia, o consumo de álcool também aumentou.

“O vício pode ser identificado quando há o exagero, ou seja, a transformação do ato de beber em uma compulsão, que passa a ser um ponto central da rotina do indivíduo. O alcoólatra enfrenta doenças graves e problemas de convivência que afetam sua vida familiar, relações sociais e atividades profissionais”, alerta o médico.

Para te ajudar a identificar situações de risco, responda as perguntas abaixo:

  1. Já sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida?
  2. Já se sentiu irritado(a) quando criticaram sua bebida?
  3. Sentiu-se mal ou culpado a respeito do seu consumo de bebida?
  4. Já tomou bebida alcóolica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se livrar de uma ressaca?

Caso você tenha dito sim para a maioria delas, procure ajuda profissional, seja em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), na rede pública, ou Casas de Apoio e grupos terapêuticos.

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