Julho Amarelo: taxas de hepatites virais estão acima da média nacional no Norte do país

Se não tratada, a infecção pode causar câncer no fígado. Saiba como se prevenir

As hepatites virais já fazem parte de um desafio global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença já soma 1,4 milhões de óbitos por ano no mundo, sendo a segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas.

A hepatite é uma infecção no fígado causada por vírus ou bactérias que atacam as células do órgão. As hepatites podem ser transmitidas por meio sexual sanguíneo e vertical, ou seja, de mãe para filho, durante a gestão ou parto.

Neste Julho Amarelo, mês de conscientização sobre as hepatites virais, Márcia Guzman, médica do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim (RO), alerta sobre a evolução da doença se não tratada.

“Por ser silenciosa as hepatites podem evoluir por anos, sem que o paciente apresente sintomas ou perceba que está doente. Dessa forma, os tipos da doença podem progredir para um quadro de infecção aguda, câncer hepático ou cirrose “, alerta a profissional.

Hepatites em Rondônia

Em julho deste ano, o Boletim Epidemiológico elaborado pela Secretaria de Vigilância Sanitária, em conjunto com o Ministério da Saúde, apontou que as taxas de detecção das hepatites dos tipos B e D, na região Norte do Brasil, foram superiores à taxa nacional.

Segundo os dados de hepatite B, de 2000 a 2022, destaca-se a capital de Porto Velho (RO) com 21,1 por 100 mil habitantes, taxa quase cinco vezes maior do que a média do país. Só em 2022, dos 108 casos de hepatite D registrados no país, 51,9% foram diagnosticados na região Norte.

“Sabemos que estados como Rondônia, Acre e Amazonas são regiões endêmicas para o vírus das hepatites B e D. Por isso, realizamos o acompanhamento clínico de todos os pacientes que recebemos na unidade”, explica a profissional da unidade gerenciada pela Pró-Saúde.

Vacinar é prevenir

As hepatites virais podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, contato pessoal próximo com pessoas infectadas, relação sexual desprotegida, contato com sangue e de mãe para filho.

Segundo o Boletim Epidemiológico, as principais formas de transmissão notificadas foram: sexual e domiciliar, que ocorre entre contato próximo. Veja a seguir as principais medidas de prevenção contra as hepatites viras:

  • Tomar a vacina contra as hepatites A e B é a principal forma de prevenção, principalmente contra o tipo D que está associado à infecção pelo vírus da hepatite B;
  • Usar preservativo nas relações sexuais;
  • Não compartilhar objetos de higiene pessoal;
  • Não compartilhar objetos íntimos;
  • Sempre que possível, realizar exame de rotina.

“Para crianças, é recomendado que sejam administradas quatro doses da vacina pentavalente: ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já para adultos, o esquema completo é realizado com a aplicação de três doses para prevenção contra a hepatite B”, explica Márcia.

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