Hospital Metropolitano esclarece mitos sobre captação de órgãos

Unidade conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) e atua como referência no Pará

Em Ananindeua, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) é uma das unidades de saúde que conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).

Dentro da unidade, que faz parte da rede de saúde do Governo do Pará e é gerenciada pela Pró-Saúde, a Comissão atua na mobilização da captação, por meio da sensibilização e contato com familiares de possíveis doadores.

“A doação salva vidas. Nossa sensibilização foca exatamente nisso, no compromisso de tirar uma pessoa da fila de transplante ou da hemodiálise, por exemplo”, destaca a coordenadora da Comissão de Doação do HMUE, Fátima Albuquerque.

“Entendemos que é difícil para os familiares o momento de receber a pior notícia que uma pessoa pode ter. É a perda de um amor, de um filho, um irmão. O que pode suavizar essa dor é a certeza de que, com esse ato da doação, pessoas terão a oportunidade de continuar vivendo”, afirma a profissional.

Desde a implementação da CIHDOTT no Metropolitano, em 2014, já foram realizadas 667 captações na unidade, entre rins, fígados, córneas e valvas cardíacas (estruturas responsáveis por regular a passagem de sangue entre partes do coração). A mais recente foi realizada na última quinta-feira, dia 17 de novembro, com a captação de rins. Somente no Pará, segundo dados da Central de Transplante do Estado, 455 pessoas aguardam para o recebimento deste órgão.

“O número de captações do Metropolitano reflete em um esforço conjunto, desde a sensibilização dos familiares, até a equipe que atuará no dia. Parece pouco, dado o espaço de tempo, mas não é, tendo em vista as diversas barreiras encontradas”, afirma a diretora Assistencial do HMUE, Josieli Ledi.

A profissional destaca que a falta de informação está entre os fatores determinantes para a negativa da família em autorizar a captação. “Com certeza a desinformação sobre o assunto impacta negativamente nas abordagens. Então, quanto mais falarmos sobre a importância da autorização da doação, melhor será para a causa”, finaliza Josieli.

Por isso, a unidade esclarece alguns mitos e verdades sobre o processo de doação e captação de órgão:

  • Para ser doador de órgãos e tecidos é preciso deixar algum documento escrito?

Não. Basta conversar com os familiares e se declarar doador ainda em vida. Para a doação acontecer, é necessária a autorização dos familiares após a constatação da morte encefálica do paciente.

  • É possível pagar para ter prioridade na fila?

Não. Todos os pacientes são selecionados por compatibilidade do doador. O procedimento é feito por um processo seguro que impede qualquer tipo de crime ou corrupção.

  • Caso a família negue, o hospital pode fazer a captação?

Não. Somente com a autorização dos familiares a captação é realizada. Justamente por isso, os esforços estão voltados para a sensibilização, por meio de equipe multiprofissional.

  • O hospital sabe para onde vai o órgão após a captação?

Não. Esse processo é sigiloso e seguro, justamente para garantir a segurança tanto do paciente que receberá o transplante, quanto do órgão.

  • A doação de órgãos beneficia várias pessoas?

Sim, um único doador pode beneficiar pelo menos dez pessoas que aguardam por um transplante de órgão ou tecido.

Processo de captação

Quando há a confirmação de morte encefálica, o protocolo de captação, que consiste em autorização dos familiares e sinalização para a Central Estadual de Transplantes (CET – Pará) é ativado, com o acompanhamento, durante todo o processo, da equipe integrante da CIHDOTT.
Após captados, os órgãos atendem à demanda do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).