Hospital Metropolitano e Detran realizam ação de educação no trânsito em bares

A combinação de bebida alcoólica e direção costuma resultar em inúmeros acidentes de trânsito nas ruas de todo o país. Para alertar motoristas dos perigos e penalidades da direção sob efeito de álcool, o Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) e o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (PA), uniram seus projetos de educação no trânsito, o “Transitando nos Bares” e o “Direção Viva”, para visitar bares em Belém (PA) na noite de sexta-feira (17/3), data que marcou o 11º aniversário da unidade hospitalar, que é referência no atendimento a vítimas de traumas.

As duas equipes distribuíram folhetos educativos aos frequentadores de bares do bairro do Umarizal. Em uma abordagem que incluiu esclarecimentos sobre o teste com o etilômetro, conhecimento popularmente como bafômetro, os agentes de educação do Detran e colaboradores do HMUE falaram das estatísticas sobre mortes em decorrência de acidentes de trânsito e do que dispõe a lei 12.760/2012 sobre infrações de trânsito.

O agente de educação do Detran, Luís Augusto Dias, explicou que a intenção da ação educativa não é fazer campanha contra o uso de bebida alcoólica e sim esclarecer para os riscos que o motorista assume ao dirigir embriagado. Luís diz que no início da abordagem os frequentadores ficam receosos. “Normalmente acham que vamos multar, mas logo entendem que é um trabalho educativo”, acrescenta.

Quebrada a barreira inicial, os agentes convidaram os frequentadores dos bares a fazerem um teste simulado com o bafômetro. São usadas boquilhas descartáveis para medir o nível de álcool no sangue da pessoa. A estudante de Administração, Juliane Iduna, foi uma das que fez a simulação com o aparelho em um dos bares.

Apesar de não dirigir, Juliane aprova as ações do HMUE e Detran. “Acho muito importantes essas ações educativas, apesar de não serem informações novas, já serem amplamente divulgadas, as pessoas não têm essa consciência de que não se podem beber e dirigir”, disse a estudante. O farmacêutico Rômulo Cardoso, frequentador de um dos bares, concordou: “É importante conscientizar a população sobre os riscos que você assume ao combinar bebida com direção. É bom que as pessoas saibam o prejuízo que isso causa”.

Com o resultado do teste em mãos, o agente explicou onde o nível alcoólico verificado se encontra na legislação de trânsito. Até 0,04 mg/l – equivalente a 1/3 de uma lata de cerveja – o motorista é liberado de punição. Entre 0,05 mg/l e 0,033 mg/l – equivalentes a 1/2 a três latas – a multa é de R$ 2.934,70; o veículo é retido e a habilitação é recolhida. A partir de 0,34 mg/l – ou mais de três latas – a multa é de R$ 2.934,70; o valor é considerado crime de trânsito.

Neste caso o condutor é encaminhado a uma delegacia onde será registrado um boletim de ocorrência e será estipulado o valor da fiança. Em caso de não pagamento, o motorista fica detido. O veículo também é retido e o condutor é proibido de dirigir.

A coordenadora de Eventos do HMUE, Roberta Cardins, explica que a participação da instituição na ação desta sexta-feira teve por objetivo mostrar à população o quanto um acidente de carro pode mudar a vida de alguém. “Queremos falar aos jovens e adultos para que tomem consciência de que é perigoso beber e depois dirigir”, afirmou. Roberta acrescenta que uma possível diminuição no número de acidentes também reflete no atendimento no HMUE.

'Direção Viva': educação e conscientização

Desenvolvido pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, entidade gestora do Hospital Metropolitano sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o projeto 'Direção Viva' promove ações de educação em saúde para conscientizar sobre as sequelas de traumas por acidentes de trânsito. Por meio de campanhas educativas, palestras e sensibilização, o projeto é realizado pelas unidades hospitalares.

O “Direção Viva” tem ainda a estratégia de trabalhar na captação de doadores de sangue em prol das vítimas de acidentes de trânsito. A primeira edição do projeto foi promovida no mês de novembro de 2016, durante o mês alusivo à memória das vítimas de acidentes de trânsito.

Nos últimos três anos, a unidade e outros três hospitais públicos administrados pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) atenderam mais de 35 mil vítimas de acidentes de trânsito. Os hospitais atendem cerca de 90% das vítimas de acidentes de trânsito com perfil de média e alta complexidades.

Para o diretor Operacional da Pró-Saúde no Pará, Paulo Czrnhak, com o projeto “Direção Viva” é possível disseminar a informação sobre o impacto dos acidentes de trânsito na sociedade, bem como, formar multiplicadores no processo de combate a insegurança no trânsito. “Acreditamos que para que a nossa população tenha qualidade de vida precisa compreender os riscos a que nos submetemos diariamente. E isso, ocorre, quando fazemos educação em saúde. Por isso, implantamos o Direção Viva nas unidades, e assim, trabalhamos a prevenção em saúde, por meio da educação e disseminação de informação. Queremos reduzir o número de sequelas causadas pelos acidentes de trânsito, e isso só será possível, reduzindo esses eventos”, revelou o diretor Paulo Czrnhak.

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