Hospital Metropolitano alerta sobre os riscos de enforcamentos acidentais em crianças

Em um curto período, a unidade hospitalar, que é referência em traumas e queimados na Região Norte do Brasil, recebeu dois casos deste tipo de ocorrência, que pode ser fatal

O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua e reconhecido nacionalmente como referência em traumas de diversas complexidades, recebeu recentemente, em um curto período, dois casos de crianças vítimas de enforcamentos acidentais ocorridos durante brincadeiras com cordas.

“Este número, apesar de parecer baixo, é preocupante. Receber crianças vítimas de acidentes graves é um fator crítico”, comenta a médica e diretora Técnica do Metropolitano, Renata Alves. “Falando de um acidente ainda mais específico, como o enforcamento, temos que ter em mente que ele possui um poder letal extremamente rápido”, complementa.

Isso porque o enforcamento fecha as artérias que levam sangue ao cérebro, tendo como consequência a parada do fornecimento de oxigênio e glicose às células cerebrais, “fatores que podem causar danos severos e irreversíveis”, ressalta a médica.

A falta de oxigenação cerebral pode fazer com que os pacientes precisem ficar em coma, período prolongado de inconsciência, e intubados. “Quando esse paciente volta à consciência, as sequelas costumam ser graves. Geralmente, ficam incapacitadas de se comunicar, andar e com necessidade de adaptação para conseguir se alimentar”, explica Renata.

A maioria dos registros deste tipo de acidentes envolvendo crianças internadas no Hospital Metropolitano está relacionado a brincadeiras com fios, bolsas com alça e cordas.

Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Hospital Metropolitano já realizou 57 atendimentos a crianças, de 0 a 12 anos, vítimas de acidentes domésticos. Em todo o ano de 2021 foram 317 atendimentos. Os casos mais comuns são relacionados a quedas e atropelamentos.

Para que os números de crianças acometidas com esses tipos de traumas diminuam, a médica alerta que “mães, pais, cuidadores ou responsáveis precisam ficar sempre em alerta e não deixar a criança sem supervisão”.

Perigo atrelado às redes de dormir – Historicamente, as redes são consideradas as favoritas dos paraenses quando o assunto é descanso. Mas o item, para crianças desacompanhadas, pode se tornar uma ameaça, pois oferece riscos, tanto de queda quanto de enforcamentos.

“O risco principal está relacionado aos fios soltos do punho da rede ou que não estejam completamente esticados, onde as crianças costumam se pendurar”, destaca a diretora. “Dependendo da altura da rede e da forma com que ocorre a queda da criança, o dano vai desde uma fratura à situação de óbito por sufocamento”, finaliza.

Para alertar pais e responsáveis sobre a prevenção de acidentes deste tipo, o Hospital Metropolitano, que pertence à rede de saúde pública do Governo do Pará e é gerenciado pela Pró-Saúde, preparou uma lista com instruções.
Confira:

• Não permita que crianças brinquem sozinhas com fios soltos;
• Evite brinquedos e roupas com correntes, fitas e cordas;
• Nunca deixe que crianças brinquem usando colares, bolsas ou roupas com cordões;
• Opte por cortinas ou persianas sem cordas;
• É aconselhável que os responsáveis conversem com as crianças e expliquem os riscos;
• Ao fechar o vidro automático do carro, principalmente em veículos mais antigos, se certifique de que a criança não está com o pescoço para fora.

Em caso de acidente, retire imediatamente a vítima da situação de enforcamento, afrouxando e retirando o item em torno do pescoço, peça ajuda e ligue para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no número 192.

Voltar para o topo da página - Pró-Saúde