Em três anos, Laboratório de Tecnologia Assistiva do Metropolitano já produziu mais de dois mil dispositivos

Desde 2019, o Labta, projeto reconhecido e premiado nacionalmente, auxilia na recuperação de pacientes que precisam de órteses

Em três anos de funcionamento, o projeto do Laboratório de Tecnologia Assistiva, conhecido como Labta, do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua e referência no tratamento de traumas de diversas complexidades, atingiu a marca de mais de dois mil dispositivos produzidos.

O projeto consiste na confecção de órteses e coxins, a partir de materiais de baixo custo, que auxiliam na mobilidade dos pacientes que sofreram acidentes, além de prevenir lesões, deformidades e promover funcionalidade no ambiente hospitalar.

Durante o período crítico da pandemia da Covid-19, a unidade produziu também máscaras faceshield, que foram utilizadas na unidade para proteger os profissionais na linha de frente do combate à doença.

“Dentro do Metropolitano, todas as equipes atuam para que os pacientes internados enfrentem seus diagnósticos da melhor maneira, sempre de forma humanizada. Esse projeto é motivo de orgulho para nós, pois auxilia na recuperação dos pacientes a partir do uso consciente dos recursos”, destaca a diretora Assistencial do HMUE, Josieli Ledi.

Dada a relevância do Laboratório no processo de inovação à frente da saúde pública no Estado, no mesmo ano da inauguração, o Ministério da Saúde concedeu ao Labta o Prêmio InovaSUS, na categoria Gestão Solidária.

Cuidado individualizado

Entender as necessidades específicas de cada paciente é o norteador do trabalho desenvolvido pela equipe de Terapia Ocupacional (TO) do Hospital Metropolitano, que integra o projeto do Labta.

Entre os milhares de casos, alguns emocionam a equipe, como um paciente que, após perder os movimentos dos dedos em consequência de uma grave lesão, conseguiu recuperar a autonomia das mãos graças a técnica desenvolvida pelos profissionais que atuam no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) da unidade.

O maior desejo do jovem, que atuava na igreja como músico, era retomar suas atividades musicais, mas, para isso, reaprender a movimentar os membros era fundamental. Pensando em devolver essa autonomia para o paciente, a equipe de TO desenvolveu uma palheta especial, que ficava presa às mãos, permitindo que ele tocasse, de forma adaptada, seu violão.

“Através da análise do que agiria positivamente para o paciente, pensamos em estratégias para favorecer esse desempenho. Ele tinha incapacidade no movimento dos dedos, por isso foi pensado o uso da palheta de modo adaptado, para substituir o dedilhado e a função de pinça entre o polegar e o indicador”, lembra Manuella Matos, terapeuta Ocupacional do Metropolitano.

“O resultado foi imediato. Além de melhorar fisicamente, com certeza, houve resultado positivo na autoestima desse paciente. Hoje ele provavelmente já voltou a desenvolver o que mais gostava em plenitude”, destaca a profissional.

Referência no tratamento de média e alta complexidades no Norte, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, unidade do Governo do Estado gerenciada pela Pró-Saúde, dispõe de 198 leitos nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusiva para pacientes vítimas de queimaduras, além de leitos de UTI.

O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, de diferentes municípios do Pará e de outros Estados. Só em 2021, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e por imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.

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