Dia Internacional da Mulher: conheça a rotina das mulheres que salvam vidas em Mogi das Cruzes

A vontade de seguir a carreira médica surgiu logo na infância, quando acompanhava a avó em consultas no Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Sempre quis fazer medicina, mas realmente é difícil. Existem dias bons e dias ruins. Às vezes, você faz o seu melhor e não consegue salvar, esses são os piores dias. Mas em outras oportunidades, você consegue salvar alguém que vem te agradecer. Isso compensa tudo, faz a diferença, é o que te faz continuar”, diz a socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de Mogi das Cruzes, Juliana Marques Dias Galimbertti.

Quando o telefone toca, do outro lado da linha está Juliana, uma das médicas reguladoras do Samu. Ela é responsável por pegar informações dos casos que chegam e por avaliar o tipo de viatura encaminhada para atendimento, a básica ou de suporte avançado, utilizada nas situações mais graves. “Fui para o lado da emergência por causa dos casos graves. O que o Samu faz é muito mais amplo do que qualquer outra área. Pegamos casos de gestantes, crianças, idosos, clínicos e traumáticos. No serviço, fazemos partos e atendemos afogamentos. Somos a porta de entrada”, destacou.

A médica lembra um dos atendimentos em que a paciente a procurou. “Uma menina de 14 anos brigou com o namoradinho e tentou se matar. Ela ingeriu veneno para rato. Quando cheguei ao local, a vítima estava extremamente grave. Embarcamos, fizemos a medicação e a levamos para o hospital. Graças a esse tempo resposta do Samu ela conseguiu sair sem nenhuma lesão. Quando ela veio agradecer, aconselhei que nada é mais importante que a vida”, explicou.

Afogamentos, partos e acidentes são alguns dos casos que chegam ao Samu com mais frequência. No entanto, alguns marcam de maneira especial a vida dos profissionais. “Uma moça em situação de rua teve o bebê no meio do mato. Lembro que a ambulância parou, ela pegou a criança embrulhada em um moletom, me entregou no meio da chuva e virou as costas. Conversei e levamos para o hospital, onde descobrimos que não era o primeiro parto dela”, disse a socorrista.

Para a médica, um dos momentos mais difíceis na hora de conciliar o trabalho com a vida pessoal são os plantões, que muitas vezes caem em feriados e datas de eventos familiares. “Às vezes, é um pouco difícil de separar. No Samu, sou a doutora Juliana, tenho que ser profissional. Em casa, sou a Juliana, que tem família e precisa tomar conta de casa. O que ameniza é que meus familiares sabem que vou deixar de estar com a nossa família para ajudar outras”, ressaltou.

Destaque

A Pró-Saúde é responsável por operacionalizar o Samu Regional de Mogi das Cruzes. No município, a entidade cuida da gestão do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Oropó, Unidade Básica de Saúde (UBS) Alto do Ipiranga, Unidade Clínica Ambulatorial de Fisioterapia e Reabilitação (Unica Fisio) e Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). Somados, os seis serviços possuem 111 médicas em diversas especialidades que atuam diariamente para salvar vidas.

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