Hospital Galileu

Com legado de excelência, Pró-Saúde encerra gestão no Hospital Público Estadual Galileu

Em sete anos, unidade alcançou lugar entre os melhores hospitais públicos do país e hoje ocupa posição estratégica na reabilitação de vítimas de traumas ortopédicos em toda região Norte

Em um caso comovente, foi pela insistência da equipe de Enfermagem que uma paciente moradora de rua encontrou sua família, que vivia em Manaus. Internada por meses e sem nenhum tipo de documento, ela oscilava entre momentos de confusão mental e lucidez.

Em outro episódio, outra mulher com ferimentos por arma de fogo passou cinco anos e dois meses internada. Nesse tempo, os profissionais se mobilizaram para minimizar ao máximo as dificuldades que ela enfrentava — chegaram a adotar um tablet para facilitar a comunicação da paciente com outras pessoas.

Histórias com essa carga emocional marcaram a rotina do Hospital Público Estadual Galileu e elevaram a unidade à uma das mais exitosas experiências de atendimento humanizado realizada pela Pró-Saúde.

A entidade filantrópica de 54 anos de atuação, encerra sua gestão no hospital neste dia 14 outubro, depois de sete anos de serviços prestados ao governo estadual paraense. Foram 850 mil atendimentos realizados no Galileu, unidade que desempenhou papel de retaguarda, referência para casos de traumas ortopédicos e cirurgias de alongamento ósseo.

“O Galileu é hoje um exemplo do quanto a gestão é importante para o êxito da prestação de serviços para a comunidade, especialmente quando se fala em saúde pública”, resumiu Rogerio Kuntz, diretor Operacional da Pró-Saúde.

“Seguramente, o cidadão paraense tem acesso a um serviço de extrema qualidade, humanizado e eficiente, reconhecido não apenas pelas pessoas atendidas, mas também por instituições internacionais por meio das certificações que recebeu”, acrescentou.

O diretor citou uma pesquisa feita pelo Datafolha — um dos institutos mais respeitados do país — em que 9 de cada 10 pessoas atendidas no Galileu aprovam o serviço que receberam.

Justamente por esse padrão de gestão, destacou Kuntz, na pandemia, o hospital conseguiu desempenhar um papel extremamente importante para a rede de atendimento — entre abril e junho de 2020 e março e abril de 2021, foi totalmente readaptado para atender exclusivamente pacientes com a Covid-19.

Chegou a ter 96 leitos de enfermaria e 10 de unidades de terapia intensiva, onde mais de 300 doentes puderam recuperar suas vidas pelo trabalho de 300 profissionais da Pró-Saúde.

Lucas Geralde, médico e diretor Técnico do hospital, disse que a pandemia trouxe desafios para a unidade. “Conseguimos mudar todo o perfil assistencial do hospital com agilidade necessária para atender à urgência por atendimento aos pacientes com covid”, afirmou.

Alan Ferreira, diretor Assistencial, acrescentou que “cada vida reestabelecida no hospital, principalmente durante a pandemia, mostrou o comprometimento dos profissionais com a missão da Pró-Saúde compartilhada por todos na unidade: cuidar da vida das pessoas”.

O diretor Hospitalar Thiago Zaché ressalta a importância do trabalho desenvolvido por esses profissionais na unidade ao longo dos anos em que a unidade foi gerida pela Pró-Saúde.

“Neste momento de fechamento de ciclo, olhamos para trás e percebemos o esforço, comprometimento, desafios superados e resultados alcançados por todos que aqui passaram ao longo dos últimos sete anos. Dedico um especial agradecimento a todos os ex gestores e colaboradores do HPEG, que deixaram suas marcas cravadas na gestão da unidade e ajudaram a construir um modelo de excelência”, ressalta o diretor.

Um hospital respeitado na área da saúde

A gestão elevou o Galileu à uma importância estratégica para a rede de atendimento. Hoje, o hospital ostenta a mais alta certificação de qualidade do país, a Acreditado com Excelência, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Para quem não conhece, trata-se de uma entidade sem-fins lucrativos que atua em conjunto com a International Society for Quality in Health Care (ISQua), na promoção da qualidade na saúde em países como Estados Unidos, Reino Unido, França e Canadá.

O Galileu foi também o primeiro hospital público do Brasil a receber, em 2019, o cobiçado selo do Programa Nacional de Qualidade (PNQ), concedido pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).

“Os processos de governança corporativa implantados pela Pró-Saúde impulsionaram e deram mais consistência aos processos internos, que nos levaram a sermos reconhecidos por meio das premiações”, ressaltou Paula Azevedo, gerente do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP). “Aqui, quando admitimos novos profissionais, não fazemos estes entrarem no Galileu, mas que o Galileu possa entrar em seus corações.”

 

Humanização

Durante sua gestão, a Pró-Saúde criou várias ações para humanizar o atendimento no Galileu — muitas tiveram repercussão nacional e inspiraram outras unidades hospitalares a melhorar a satisfação do paciente.

A gameterapia permitiu ao paciente ortopédico cuidar da reabilitação fisioterapêutica com a ajuda de um videogame. “Conseguimos associar os exercícios reabilitadores aos movimentos do videogame. Ou seja, transformamos um momento com potencial de tensão em uma prática divertida e estimulante”, disse Paulo Vitor, coordenador de Fisioterapia.

No projeto Âncora, uma equipe composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais, passou a capacitar familiares com orientações sobre a troca de curativos, mudanças de posições na cama, horários das medicações e algumas outras medidas simples, porém necessárias.

Durante a pandemia, a capacidade de criar ações de humanização também foram destaque. A visita virtual, por meio de chamadas de vídeo entre pacientes e familiares, também marcou a trajetória do Galileu.

Para Lidiana Sousa, supervisora de humanização, “a presença de um familiar é importante durante a internação. Por isso, a visita virtual contribuiu para minimizar o sofrimento de estarem longe da família, reduzindo a ansiedade e mantendo o vínculo afetivo do paciente”.

Outras ações também atuaram para minimizar o estresse, como o Cine Galileu, que promoveu sessões de cinema para pacientes internados, e a musicoterapia virtual.

 

Sustentabilidade

Promover a conscientização ambiental e estar próximo da comunidade levaram o Galileu a realizar diversas ações sociais em Belém. Oficinas realizadas na rede escolar próxima ao hospital, criação de uma academia sustentável para pacientes, curso de cuidador de idosos e o projeto “Próximo Passo”, que confeccionou calçados adaptados para pacientes em tratamento de alongamento ósseo, são alguns dos inúmeros exemplos.

Joabe Lopes, coordenador de Apoio, observou que “com a interação, foi possível desenvolver ideias inovadoras que contribuíram para alcançar os três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental”.

Em 2019, a cultura sustentável levou o hospital a receber o prêmio “Healthy Care Climate Challenge”, sendo um dos cinco Hospitais Verdes e Saudáveis (Global Green and Healthy Hospitais) que atuou para a redução de gases do efeito estufa (Não Energia), entre 117 unidades que participaram com inscrições em todo o mundo.

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