Brasileiros podem estar sofrendo com hepatites virais sem desconfiarem da doença

Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais alerta para os riscos da doença; saiba quais são os principais sintomas, complicações e formas de prevenção

Mais de 42 mil casos relacionados a hepatites virais no Brasil foram notificados em 2018, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgados nesta segunda-feira (22), semana em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (28/7). Ainda de acordo com próprio governo, a estimativa é que 500 mil brasileiros estejam infectados atualmente pelo vírus da Hepatite C, o tipo de vírus com maior dificuldade de detecção.

Mas o que são as hepatites virais e quais os principais sintomas?

As hepatites virais são inflamações provocadas por vírus e classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D e E. No País, a maioria dos casos e dos óbitos desse tipo de doença são provocados pela Hepatite C, seguido da Hepatite B e A. Ao todo, em 2018, o País registrou 42.383 casos de hepatites virais. A inflamação do fígado pode ser provocada por vírus, uso de determinados tipos de medicamentos, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e até genéticas.

Michele Diniz, enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS) Alto do Ipiranga, unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, por meio de contrato de gestão com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, ressalta que a transmissão da doença pode ocorrer de várias formas. “Ela ocorre pelo contato com sangue contaminado, e também por meio de relações sexuais desprotegidas. Por isso, é importante utilizar preservativo”, esclarece.

De acordo com a profissional, em muitos casos não há sintoma e os riscos da evolução da doença aumentam, causando problemas ainda mais graves no fígado, que pode evoluir para a cirrose ou um câncer. Por isso, os exames de rotina são tão importantes.

Os cuidados devem ser redobrados para quem não foi imunizado contra a hepatite B (em geral, pessoas nascidas antes de 1991) ou pessoas com mais de 40 anos.

Mesmo sendo uma doença difícil de perceber, na maioria dos casos por falta de sintomas, é importante ficar atento com a presença de alguns sintomas: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e, principalmente, fezes claras.

A enfermeira cita que o diagnóstico e o tratamento ainda no início contribuem para evitar a evolução do quadro para uma cirrose ou câncer de fígado. . “Antes, os exames eram feitos apenas em laboratórios com pedido de um médico. Agora, é possível identificar tanto a hepatite B quanto a C, em cerca de 30 minutos por meio de testes rápidos. Isso amplia o acesso da população e, consequentemente, as chances de descobrir a doença. O Ministério da Saúde preconiza que as pessoas que tenham atividade sexual desprotegida realizem esse teste que é oferecido nas unidades básicas de saúde”, acrescentou

Qual a melhor forma de prevenção?

A vacina é atualmente a melhor foram de prevenção contra as hepatites do tipo A e B. “É importante dizer que quem se vacina contra o tipo B, também se protege para o vírus da hepatite do tipo D”, explica a profissional.

As vacinas para o tipo A da hepatite fazem parte do SUS e são oferecidas dentro do Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos e, também, para as pessoas que tenham hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, incluindo os tipos B e C; pessoas com HIV; portadores de doenças imunossupressoras; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos, cadastrados em programas de transplantes; pessoas com hemoglobinopatias.

No caso da hepatite B, a vacina é dada em crianças em quatro doses. São elas: ao nascer, dois, quatro e seis meses. Já em relação aos adultos que não tomaram a vacina na infância, são três doses.

É importante citar que a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. Em relação as hepatites B e D, com o tratamento elas também podem ser controladas. A hepatite A é mais aguda e o tratamento, na maioria dos casos, se baseia em dieta, suporte e repouso.

 

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