A dependência do cigarro e os problemas causados na saúde

Estudo aponta que cerca de 6 milhões de mortes anuais são provocadas pelo tabagismo no Brasil. O número pode chegar a 7,5 milhões por ano em 2020

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado nesta quinta-feira (29/08), reforça a preocupação e a necessidade de criar ações nacionais para estimular a consciência das pessoas sobre os riscos à saúde que o tabaco provoca.

De acordo com o artigo “Variáveis clínicas e razões para busca de tratamento de pacientes tabagistas”, da Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e do Institut Catholique de Toulouse, na França, cerca de 6 milhões de mortes anuais são provocadas pelo tabagismo no Brasil, podendo chegar a 7,5 milhões por ano, em 2020.

A dependência é um grande vilão, pois as substâncias que existem no cigarro atingem exatamente alguns dos principais locais no cérebro responsáveis pelas sensações de excitação e relaxamento.

Essas regiões são ativadas pela nicotina, mas levadas até o cérebro por hormônios e neurotransmissores. No entanto, o prazer oriundo do cigarro acompanha substâncias que podem provocar o desenvolvimento de várias doenças, entre eles o câncer de pulmão, bexiga, língua e boca.

Para a neurologista Isabella D’Andrea, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN), administrado pela Pró-Saúde, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, a genética é um dos principais fatores da dependência.

“Algumas pessoas possuem uma predisposição e acabam dependentes do cigarro. Mesmo quando tentam parar de fumar sozinhas, algumas pessoas voltam ao vício nos primeiros três meses. Por isso, a orientação de um profissional de saúde para abandonar de vez o cigarro é melhor para o tratamento”, explica.

Apesar de nocivo à saúde, durante muitos anos o ato de fumar foi associado e promovido como uma confraternização social. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013, o percentual de adultos fumantes no Brasil é de 14,7%.

Apenas para citar algumas substâncias presentes no cigarro, é possível destacar o alcatrão, além do acetato de chumbo, polônio, naftalina, benzênio, níquel e arsênio. Todas são prejudiciais, mas existem milhares de outras que também são perigosas ao organismo. Se considerado os compostos presentes na folha do tabaco e os aditivos industriais, o número de substâncias pode ultrapassar 8 mil.

Ainda de acordo com a neurologista, estudos recentes apontam que pacientes fumantes tem uma diminuição do córtex cerebral em comparação a pessoas não fumantes de mesma idade. “Os fumantes têm uma tendência a ter uma função cognitiva pior do que uma pessoa que não fuma, prejudicando a atenção e memória”, diz Isabella.

A profissional ressalta que nunca é tarde para abandonar o vício do cigarro. Em qualquer momento da vida, abandonar a dependência traz benefícios e um dos melhores caminhos para ajudar neste processo é procurar ajuda médica e psicológica.  “O auxílio profissional é capaz de analisar e proporcionar o tratamento mais adequado, além da indicação de atividades que contribuam para uma melhor qualidade de vida”, conclui.

 

Sobre a Pró-Saúde

A Pró-Saúde é uma entidade filantrópica que realiza a gestão de serviços de saúde e administração hospitalar há mais de 50 anos. Seu trabalho de inteligência visa a promoção da qualidade, humanização e sustentabilidade. Com 16 mil colaboradores e mais de 1 milhão de pacientes atendidos por mês, é uma das maiores do mercado em que atua no Brasil.

Atualmente realiza a gestão de unidades de saúde presentes em 23 cidades de 11 Estados brasileiros — a maioria no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Atua amparada por seus princípios organizacionais, governança corporativa, política de integridade e valores cristãos.

A criação da Pró-Saúde fez parte de um movimento que estava à frente de seu tempo: a profissionalização da ação beneficente na saúde, um passo necessário para a melhoria da qualidade do atendimento aos pacientes que não podiam pagar pelo serviço. O padre Niversindo Antônio Cherubin, defensor da gestão profissional da saúde e também pioneiro na criação de cursos de Administração Hospitalar no País, foi o primeiro presidente da instituição.

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