Emoção e histórias de superação no 4º Encontro dos Prematuros do HRPT

Heloíse Victória, de 1 ano e 8 meses, passeia pela tenda montada no jardim atenta a tudo: balões, giz de cera, desenhos para colorir e as personagens Pipa e Nani. Ela e a mãe Josélia dos Santos vieram de Anapu (PA) para participar do 4º Encontro dos Prematuros do Hospital Regional Público da Transamazônica, (HRPT), gerido pela Pró-Saúde, em Altamira (PA).

Além de Heloíse, Josélia é mãe de um garoto de 4 anos, que também nasceu prematuramente. Passar por essa experiência duas vezes, a deixou assustada. “No começo a gente fica com medo, em relação a ter um filho prematuro, mas conforme o atendimento dessas pessoas maravilhosas aqui do hospital, eu vi a evolução dos meus filhos”, lembra.

Tradição no HRPT, o encontro promovido pelo GAMMI – Grupo de Atenção Multidisciplinar Materno Infantil da Unidade reuniu mães acompanhadas dos filhos e colaboradores. Os participantes contaram suas histórias de vida e experiências com a prematuridade. 

A programação contou com palestra sobre o Método Canguru, que busca, através do contato pele a pele com a mãe ou pai, favorecer o vínculo afetivo, estabilidade térmica, estímulo à amamentação e o desenvolvimento do bebê. Também houve depoimentos de mães, médicos e outros colaboradores, espaço para pintura, pula-pula e lanche para os participantes. Além da presença de pais e familiares, participaram do encontro cerca de 10 crianças.

Francimary Gomes da Silva trouxe o filho João Maurício, de 6 anos. Quem o vê brincando, alegre e saudável, nem imagina sua história. “Ele é meu filho de coração. Com pouco mais de 5 meses de gravidez, ele nasceu após uma tentativa de aborto, mas conseguiu ser salvo e eu o adotei. Não imaginava que ele fosse sobreviver, pelas condições que se encontrava: prematuridade, baixo peso, não respirava sozinho. João travou 3 meses de batalha aqui na UTI do HRPT e venceu”, comemora.

A prematuridade hoje é um problema de saúde pública, pois 1 em cada 10 crianças nascem prematuras, o que causa o maior índice de mortalidade infantil. Para a enfermeira Joice de Andrade Vaz, coordenadora das UTIs infantis e integrante do GAMMI, o Encontro dos Prematuros é o momento de sensibilizar a sociedade sobre esta causa. “A prematuridade é uma situação que pode ser prevenida com um bom pré-natal e buscamos reduzir esses índices, que são alarmantes. Nos emocionamos quando reencontramos essas crianças, porque vemos que o nosso trabalho tem resultado. São verdadeiros guerreiros”, conta.

Novembro Lilás

No mês de novembro intensifica-se a divulgação de informações sobre prematuridade através do movimento Novembro Lilás. De acordo com dados da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), cerca de 12% dos partos no Brasil são prematuros. 

O Grupo de Atenção Multidisciplinar Materno Infantil do HRPT reúne profissionais de várias especialidades, entre eles médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional, nutricionista e assistente social. O Hospital possui cinco UTIs Neonatais e quatro berçários de alto risco. Em 2017, dos 99 bebês internados na unidade, 59 eram prematuros. Este ano, até o mês de outubro, já foram 60 bebês prematuros internados.

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