Após acidente, jovem tem face reconstruída pelo SUS no Hospital Estadual de Urgência e Emergência

Era mais um fim de semana chegando e, como de costume, Gabriel Louzada Rabelo, 19 anos, estudante do curso de Engenharia da Computação, utilizava o mesmo percurso da faculdade até sua casa, ambos em Goiabeiras, Vitória. O trajeto era feito de bicicleta, quando Gabriel foi atingido por um carro na contramão, ainda próximo à faculdade.

A poucos metros dele estava o irmão gêmeo, Raphael Louzada Rabelo, que presenciou o atropelamento e acompanhou o resgate do irmão pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) até o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, na capital. Gabriel tinha lesões graves na face, que foi reconstruída a partir de um procedimento de alta complexidade, realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Estava no centro cirúrgico, quando fui avisado que tinha na Sala de Choque (sala de Reanimação) um paciente com trauma importante de face para ser avaliado. Vi a extensão da lesão na face que Gabriel tinha. Naquele momento, minha preocupação foi de levá-lo imediatamente para o centro cirúrgico, para realizar a reconstrução da face, que durou aproximadamente quatro horas”, contou Douglas Bertozo Musso, cirurgião bucomaxilofacial do hospital. Segundo Musso, a preocupação da equipe era evitar sequelas e contribuir na cicatrização das feridas.

O acidente, que aconteceu no dia 31 de março de 2017, foi narrado pelo irmão, pois, segundo Gabriel, ele não tem lembrança do ocorrido. “Minha mãe contou que eu cheguei grave no hospital, e falou da minha internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Três dias depois, fui recuperando a memória, mas não me recordo do acidente”, disse.
Desde o ocorrido, Gabriel passou por dois procedimentos cirúrgicos, realizados pelas especialidades de bucomaxilofacial e cirurgia plástica do hospital. Além disso, passou a ser acompanhado no ambulatório, pela equipe de cirurgia plástica. “Passamos a acompanhar o Gabriel em forma conjunta, com as equipes de cirurgia geral e bucomaxilofacial. Atuamos, principalmente, na reabilitação do paciente, corrigindo e liberando as cicatrizes. Ele se encontra reabilitado para a vida social, porém, ainda é necessário acompanhar a evolução do seu quadro clínico nas consultas em ambulatório”, afirmou o cirurgião plástico José Inácio de Almeida Neto.

O especialista ainda acrescentou que as equipes médicas no hospital atuam em conjunto, com o objetivo de oferecer um tratamento integral ao paciente, para que a sua reabilitação ocorra o mais breve possível.

Hospital Estadual de Urgência e Emergência, gerenciado pela Pró-Saúde, é um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS), referência capixaba em trauma. No ano de 2017, a unidade realizou 5.567 procedimentos cirúrgicos.

 

Humanização e qualidade na assistência

Para Raphael, umas das coisas que mais chamou a sua atenção foi a mobilização das equipes durante a assistência ao irmão. “É como se o hospital inteiro parasse para atender meu irmão. Foi uma assistência bem acolhedora, nessa experiência que tivemos no hospital”, afirmou o jovem.

Segundo a mãe, Dorcas Louzada Rabelo, a estrutura do hospital, a disponibilidade em realizar exames por imagens e ter resultados imediatos – além da assistência ao paciente pós-internação, por meio de consultas em ambulatório – demonstram um serviço de qualidade oferecido à população capixaba. “Fui assistida pelos profissionais na recepção do Centro Cirúrgico, enquanto meu filho se recuperava do procedimento cirúrgico. Ali, consegui visualizar um acolhimento por parte dos médicos. Já na UTI, fui acolhida por uma psicóloga. Nunca pensei que um serviço do SUS poderia oferecer esse tipo de assistência. Confesso que não gostaria de ter passado por essa situação, mas hoje consigo olhar um hospital público com outros olhos”, relatou.

Já para Gabriel, tentar reviver as cenas do acidente é impossível, mas ele afirmou que o ocorrido foi uma oportunidade de reavaliar o modo de encarar a vida. “Tiro como lição a oportunidade de mudar algumas atitudes. A partir daquele dia, tive uma nova chance de valorizar as coisas mais simples”, concluiu.

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