Oncológico Infantil reforça importância do diagnóstico precoce no câncer infantojuvenil

O inchaço no joelho do jovem Mateus parecia comum para quem tinha se machucado jogando no futebol. Mas a tia, Leidiane Barbosa desconfiou quando as dores do sobrinho não diminuíram com passar o do tempo. Depois de alguns exames, o diagnóstico inesperado. “Nunca pensei que pudesse ser câncer”, lembra Leidiane.

Hoje, é ela que há três meses acompanha o sobrinho em tratamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. Com quase 30 novos casos registrados por mês, o Hospital gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, é referência no tratamento gratuito especializado do câncer em crianças e adolescentes no Pará e, neste mês, reforça o ‘Setembro Dourado’ – movimento nacional de sensibilização sobre a importância do diagnóstico precoce no tratamento do câncer infantojuvenil.

Ao contrário do câncer em adultos que, na maioria dos casos, surge em função de maus hábitos de vida e tem sinais e sintomas que podem influenciar no diagnóstico precoce, o câncer infantojuvenil, em sua fase inicial, pode ser confundido com doenças comuns, o que requer a atenção de familiares. 

Palidez, hematomas, sangramentos, perda de peso sem explicação, caroços ou inchaços sem traumas, alterações oculares, vômitos e dores ósseas ou de cabeça persistentes, são alguns dos principais sinais e sintomas que precisam ser investigados, quando o assunto é câncer infantojuvenil. “São sintomas que podem ser semelhantes aos de uma gripe ou doença viral. O que vai diferenciar é o tempo que eles vão durar e como vão afetar essa criança no dia a dia”, explica a médica Alayde Vieira, oncologista pediátrica do Hospital.

 

Panorama

Mesmo com os avanços clínicos registrados nas últimas quatro décadas, números do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, colocam o câncer como a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes, no Brasil. 

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que cerca de 12.500 novos casos de câncer deverão ser registrados entre crianças e adolescentes na faixa etária de zero a 19 anos, no Brasil, em 2018. Os casos mais comuns serão as leucemias, os linfomas e os tumores que afetam o sistema nervoso central. 
No entanto, desses novos casos, 80% tem a possibilidade de cura, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

 

Educação em saúde

Com uma programação de palestras sobre a importância do diagnóstico precoce e o câncer infantojuvenil, profissionais do Oncológico Infantil vão levar esse conhecimento para estudantes de faculdades e escolas das redes municipal e estadual de ensino. “A criança está diariamente com a família e a escola e é esse o público que queremos sensibilizar para desmistificar o câncer e falar sobre as possibilidades de cura”, explica a diretora-geral do Oncológico Infantil, Alba Muniz.

Além dos familiares, a mobilização em torno do ‘Setembro Dourado’ por todo o País, também é uma forma de discutir o câncer infantojuvenil. “Falamos sobre esses assuntos o ano inteiro e neste momento de mobilização da sociedade, reforçamos essa discussão, porque apesar de raro, o câncer infantojuvenil é uma realidade e não tem outra forma de aumentar as chances de cura senão com a intervenção precoce”, ressaltou a diretora da Unidade. 

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